segunda-feira, 31 de outubro de 2011

eritema doenças de pele



RESUMO
O uso e abuso de drogas ilícitas é um problema significativo e de abrangência mundial. A Organização das Nações Unidas estima que 5% da população mundial entre os 15 e 64 anos fazem uso de drogas pelo menos uma vez por ano (prevalência anual), sendo que metade destes usam regularmente, isto é, pelo menos uma vez por mês. Muitos dos eventos adversos das drogas ilícitas surgem na pele, o que torna fundamental que o dermatologista esteja familiarizado com essas alterações.
Palavras-chave: Drogas ilícitas; Drogas ilícitas/história; Drogas ilícitas/efeitos adversos; Pele; Revisão



HISTÓRICO
Há mais de cinco mil anos na Mesopotâmia, região onde hoje se situa o Iraque, os poderes calmantes, soníferos e anestésicos do ópio (do latim opium, através do grego opion, ‘seiva, suco') já eram conhecidos pelos sumérios. Obtido a partir das sementes imaturas da Papaver somniferum (papoula ou dormideira), o ópio é a mais antiga droga conhecida e era considerada pelos persas e egípcios como capaz de impedir o choro intenso das crianças e incutir coragem nos soldados. Figuras de sementes de papoula podem ser encontradas em moedas gregas que antecedem, em pelo menos mil anos, a menção dos efeitos do ópio na literatura helênica. Era costume na Grécia antiga acrescentar-se ópio à cicuta administrada para suicídio ou eutanásia visando minorar o sofrimento dos condenados. Provavelmente seja o ópio a droga nephente à qual Homero se referia como "o mais poderoso destruidor de mágoas".1,2
No século VII, turcos e árabes descobrem os efeitos poderosos obtidos pela inalação da fumaça do ópio e seu potencial comercial. Termina o romantismo e surge um comércio crescente com vendas principalmente à Índia e China. O século XVIII assiste a chegada da droga à Europa, a partir da Inglaterra, e já no século seguinte são isoladas a morfina e a heroína, os dois derivados mais consumidos do ópio.
A morfina foi isolada em 1804 pelo químico alemão Friedrich Wilhelm Adam Sertüner e assim por ele denominada em homenagem a Morfeu, o deus grego dos sonhos. Seu uso, inicialmente restrito, expandiu-se em larga escala a partir do 1853 com o advento da seringa hipodérmica. Dotada de potente efeito anestésico, seu emprego na Guerra Civil americana resultou em um grande número de soldados viciados.3
A heroína foi sintetizada em 1874 pelo químico inglês C.R. Alder Wright a partir da acetilação da morfina. Felix Hoffman, químico chefe da indústria farmacêutica Bayer, da Alemanha, introduziu a heroína como medicamento em 21 de agosto de 1897, menos de duas semanas após ter produzido a aspirina (Figura 1). O nome possivelmente deriva do alemão heroisch (heróico), sensação descrita pelos primeiros voluntários nos estudos experimentais. O fabricante comercializou o produto de 1898 a 1910 como sedativo para a tosse de crianças e como tratamento do vício da morfina, até que se descobriu que a heroína é convertida em morfina no fígado.4,5



Também o uso da cocaína se perde no tempo, como sugere o encontro de folhas de coca (da língua aymara, "a árvore") nas tumbas de indígenas peruanos datadas de 600 AD.6 A folha de coca mascada pelos nativos dos altiplanos andinos provavelmente constitui um hábito mais cultural do que propriamente um vício. A sensação de bem-estar e a redução do estado de fadiga obtidas com seu uso facilitariam uma adaptação às grandes altitudes, fato esse prontamente percebido pelo colonizador espanhol que logo determinou a taxação da produção de folhas de coca. Esses recursos foram, durante um tempo, a principal fonte de suporte para a Igreja Católica da região.7
Isolada inicialmente em 1855, a cocaína (Figura 2) foi o primeiro anestésico local conhecido, introduzido na Medicina pelo oftalmologista austríaco Carl Koller. Um dos relatos iniciais sobre seus efeitos teve como autor ninguém menos que Sigmund Freud*. Com base na observação que os efeitos da cocaína eram tão opostos aos da morfina, Freud concluiu, erroneamente, que aquela seria um tratamento lógico para os dependentes de morfina.



Uma das bebidas mais populares da Itália no século XIX era o vinho Mariani, elaborado pelo químico Ângelo Mariani em 1863, contendo 6mg de cocaína por onça (29,6ml) e anunciado como tônico e restaurativo (Figura 3). A lista de usuários famosos que endossavam seus efeitos terapêuticos incluía Thomas Edison, Júlio Verne, Alexandre Dumas e o papa Leão XIII, que conferiu a Mariani a Medalha de Ouro do Vaticano. No final desse mesmo século, o laboratório Parke-Davis dos Estados Unidos vendia cocaína em forma de pó, cigarros e até mesmo uma apresentação para uso endovenoso que vinha acompanhada de agulha. Entre outras indicações, alardeava que o produto "substituía a comida, tornava o covarde valente e o tímido eloqüente". Tentando concorrer com o vinho Mariani, John Styth Pemberton lançou nos Estados Unidos a French Wine Cola. Como o sucesso comercial ficou aquém do esperado, Pemberton retirou o vinho da fórmula e acrescentou uma mistura de cafeína e cocaína. Surgia então a Coca-Cola, o refrigerante mais vendido no mundo, até que em 1906, por força da legislação, seus produtores passaram a empregar folhas de coca descocainizadas.8



A Organização das Nações Unidas (ONU), no relatório de 2006 elaborado pela divisão de Crimes e Drogas (United Nations Office on Crimes and Drugs), estima que cerca de 200 milhões de pessoas, o equivalente a 5% da população mundial (idade entre 15 e 64 anos), utilizam drogas ilícitas pelo menos uma vez por ano (prevalência anual). Destes, a metade usa drogas regularmente (pelo menos uma vez por mês). O número de viciados ou usuários problemáticos é calculado em 25 milhões, o equivalente a 0,6% da população mundial entre 15 e 64 anos. O panorama mundial em relação ao mercado de drogas (produção e consumo) apresenta variações geográficas. Em termos gerais, a tendência é de estabilidade ou até mesmo de declínio. A notável exceção é a maconha, droga ilícita dominante em todas as regiões do mundo e de consumo crescente.9

COCAÍNA
A cocaína, ou benzoilmetilecgonina, é um alcalóide (substância química que contém nitrogênio, carbono, oxigênio e hidrogênio) obtido das folhas da Erythroxylum coca, planta nativa em países andinos como Peru, Colômbia e Bolívia. Das mais de 200 espécies do gênero Erythroxylum, além da E. Coca, apenas a E. coca var. ipadu, E. novogranatense e E. truxillense produzem quantidades apreciáveis de cocaína, sendo que o conteúdo varia entre 0,5 e 2%.10
Sua obtenção envolve, inicialmente, a prensagem das folhas juntamente com um solvente orgânico. A pasta resultante, com um teor de 80% de cocaína, é então tratada com ácido clorídrico para remoção das impurezas, resultando em um pó branco e cristalino (cloridrato de cocaína), conhecido popularmente por uma vasta sinonímia como brilho, pó, branquinha, neve, Branca de Neve, cheirosa, pó da vida, novidade, etc. Este sal, devido à sua solubilidade em água, pode ser ingerido, inalado pelo nariz ("cheirado") ou injetado. Por outro lado, por ser vulnerável à pirólise, seu consumo em forma de cigarros produz pouco ou nenhum efeito euforizante.
Na década de 80 uma outra forma de cocaína foi introduzida no mercado a partir da dissolução do cloridrato de cocaína em água e adição de uma base, geralmente bicarbonato de sódio, à solução. Após aquecida, essa solução se cristaliza formando verdadeiras pedras de cocaína conhecidas como crack que, por se vaporizarem a baixas temperaturas, são adequadas para serem fumadas. O nome crack é onomatopéico e refere-se ao som produzido pela ebulição do conteúdo hídrico das pedras quando aquecidas. Por ser insolúvel em água, esta base de cocaína não é adequada para ingestão, inalação pelo nariz ou injeção. O crack propicia uma forte concentração de cocaína a preços relativamente baixos, o que o torna extremamente popular entre usuários de baixa renda. Sua pronta absorção nos alvéolos pulmonares produz uma sensação euforizante quase imediata.
A cocaína é um potente estimulador do sistema nervoso central produzindo uma sensação inicial de euforia, bem-estar, desinibição e aumento da libido. Doses maiores podem levar a tremores, convulsões e, eventualmente, depressão de centros medulares vitais. Seu mecanismo de ação mais conhecido é o bloqueio da recaptura pré-sináptica de neurotransmissores como a dopamina, noradrenalina, acetilcolina e serotonina. Esse bloqueio potencia e prolonga as ações periféricas e centrais dessas catecolaminas, particularmente no centro de prazer do cérebro (sistema límbico).11 Os efeitos anestésicos nos nervos periféricos se dão pela inibição da repolarização da membrana celular, com conseqüente bloqueio da geração e condução de impulsos nervosos. Seus efeitos cardiovasculares são secundários ao aumento dos níveis plasmáticos de catecolaminas levando à hipertensão, taquicardia e arritmias. O risco de infarto agudo do miocárdio aumenta 24 vezes uma hora após o uso de cocaína em pessoas com fatores de risco baixo para esse evento cardíaco e não está relacionado com a quantidade ingerida, via de administração ou freqüência do uso.12 A cocaína é também dotada de potente efeito vasoconstritor.
Os modos de administração da cocaína incluem a inalação nasal - o mais popular - a mastigação das folhas, hábito corriqueiro entre os nativos dos altiplanos andinos, ou uso injetável, responsável pelas alterações dermatológicas mais drásticas e abordadas mais adiante.
Aspirada pelo nariz, seus efeitos vasoconstritores fazem com que o uso prolongado resulte em necrose e perfuração do septo nasal. A cocaína também tem sido associada a casos de porfiria aguda,13 verrugas intranasais,14 esclerodermia,15 púrpura palpável,16 púrpura de Henoch-Schöenlein17 e vasculite de Schurg- Strauss.18 É comum o encontro de escoriações generalizadas secundárias à ilusão parasitária e formicação induzidas pela cocaína.
Hofbauer et al descreveram um quadro de síndrome de Stevens-Johnson recorrente (dois episódios) associado à cocaína. Como nessas duas ocasiões o paciente adquiriu a droga de um fornecedor diferente do seu habitual, e como a síndrome não se repetiu posteriormente mesmo com a continuidade do uso da cocaína, os autores consideraram a possibilidade do quadro cutâneo ter sido desencadeado pelos adulterantes comumente incorporados à cocaína.19 O eritema polimorfo bolhoso também já foi relatado em usuário de cocaína que não apresentava nenhum outro fator que pudesse ser imputado como causa.20
Os fumantes de crack apresentam, com freqüência, lesões puntiformes, hiperceratósicas, enegrecidas, localizadas nas palmas e face ventral dos dedos, mais evidentes na mão dominante (crack hands). Tais lesões são atribuídas às queimaduras pelo cachimbo usado para conter a droga e que tendem a ser repetidas uma vez que a intoxicação cerebral torna o usuário menos perceptível aos traumas térmicos.21 As altas temperaturas atingidas pelos vapores emanados durante o consumo do crack também produzem rarefação dos supercílios (Figura 4). São relatados também quadros agudos de necrose epidérmica segmentar, associada a livedo reticular e acrocianose, possivelmente desencadeada pelo vasoespasmo prolongado.22


HEROÍNA
A heroína (diacetilmorfina) é um derivado da morfina obtido por acetilação, característica essa que lhe proporciona alta lipossolubilidade e rápida penetração na barreira hemato-encefálica produzindo intensa euforia. Uma vez no corpo, a heroína sofre processo de desacetilação e converte-se em morfina. No Reino Unido, encontra-se legalmente disponível como droga prescrita para tratamento analgésico em pacientes terminais, infarto do miocárdio e edema agudo pulmonar. A forma clássica, branca e cristalina, corresponde ao cloridrato de diacetilmorfina. A partir dos anos 80, surgiu no mercado a heroína marrom (black tar heroin), pasta acastanhada e de consistência gomosa, produzida principalmente no Irã e no México, que precisa ser diluída para uso.
Apenas nos Estados Unidos, o número de pessoas que já experimentaram heroína é estimado em mais de 3,5 milhões, sendo que destes mais de 1 milhão se tornaram viciados. Entre os anos de 1995 e 2002, calcula-se em mais de 100 mil o número de iniciantes no vício por ano, com uma grande prevalência entre jovens de 12 a 25 anos.23
Pode ser consumida através da inalação dos vapores que se despreendem quando a droga é aquecida em pedaços de papel alumínio ou misturada ao tabaco de um cigarro convencional e fumada. Essas duas vias de administração são, contudo, pouco eficazes. A via preferencial é a injetável.
Uma inusitada epidemia de lesões pigmentadas na língua, clínica e histologicamente compatíveis com eritema pigmentar fixo, foi descrita na Holanda no início dos anos 80. Todos os pacientes envolvidos tinham em comum o hábito de fumar heroína24 (Figura 5).


USO INJETÁVEL DE DROGAS ILÍCITAS
A via endovenosa é empregada pelos viciados em cocaína e heroína por produzir efeitos mais rápidos e mais intensos. O local preferido são as veias da fossa antecubital do braço não-dominante, não só pelo fácil acesso como também por possibilitar que as marcas sejam ocultadas pelo uso de camisas de manga comprida.25
À medida que os vasos se tornam menos acessíveis, em geral por fenômenos escleróticos, ou nos usuários temerosos dos potentes efeitos obtidos pela via endovenosa, a cocaína e a heroína podem ser injetadas também no subcutâneo, uma técnica conhecida como skin popping, ou ainda no músculo (muscle popping).
O uso injetável dessas drogas é o que resulta nas mais drásticas manifestações cutâneas, agudas ou crônicas. Algumas delas são provocadas pela própria droga, mas a maioria é desencadeada pelos adulterantes. Tanto à cocaína como à heroína são acrescidas substâncias totalmente incompatíveis com o uso injetável, tais como talco, quinino, amido, açúcar e farinha, entre outras, com objetivo de aumentar os lucros dos traficantes.
Manifestações agudas
As manifestações agudas mais comuns compreendem as infecções da pele e dos tecidos moles, principal causa de internação hospitalar entre os usuários de drogas injetáveis. O mecanismo pelo qual as infecções se estabelecem envolve provavelmente o trauma dos tecidos, o efeito da droga e seus adulterantes, a isquemia tissular e a inoculação de bactérias. À medida que as injeções se repetem em um mesmo local, a pele e os tecidos circunjacentes se tornam mais susceptíveis à infecção.26 O patógeno mais encontrado é o S. aureus, isoladamente ou associado a anaeróbios, e estes são predominantemente de origem oral.27 O espectro de manifestações é amplo, tanto em relação ao quadro clínico quanto à gravidade. Varia desde abscessos superficiais e inconseqüentes até casos potencialmente fatais de fasciite necrotizante,28 passando por celulites extensas e até mesmo a piomiosite, uma rara infecção piogênica e abscedante do músculo esquelético.29
O maior fator de risco para a formação de abscessos da pele e tecidos moles é o uso da via subcutânea (skin popping), que resulta na introdução de substâncias irritativas, e até mesmo bactérias, diretamente nos tecidos. O uso endovenoso, embora implique outros riscos sistêmicos, impediria a concentração local de irritantes e microorganismos. Seguem-se, em ordem de importância, o uso de agulhas não higienizadas e o emprego da mistura cocaína + heroína (speedball).30
A candidíase sistêmica representa a infecção micótica mais comum entre os heroinômanos e pode se manifestar sob forma de endocardite, endoftalmia e osteíte. A foliculite por Candida, praticamente exclusiva desse grupo de pacientes, é morfologicamente semelhante à foliculite bacteriana, porém com algumas características que permitem sua diferenciação: as lesões são dolorosas, a característica mais marcante; acometem preferencialmente couro cabeludo, barba, tronco e região pubiana; as culturas para bactérias são negativas; e as lesões não respondem à antibioticoterapia. A foliculite moniliásica é interpretada como uma localização secundária da candidíase sistêmica, na maioria das vezes transitória. São aventadas como prováveis formas de contaminação a presença da levedura na própria droga, nos limões cujo suco é usado na diluição da heroína marrom, ou mesmo na agulha, já que é hábito corrente entre os viciados umidecê-la com saliva antes da aplicação.31-33
O botulismo transcutâneo é uma paralisia flácida, descendente, potencialmente fatal, desencadeada pela neurotoxina produzida pelo Clostridium botulinum que germina nas lesões. Desde 1988 a Califórnia vem vivenciando um aumento dramático nos casos de botulismo transcutâneo, sendo a maioria esmagadora deles em usuários de heroína marrom injetável.34 Da mesma forma, mais da metade dos casos de tétano notificados na Califórnia entre 1988 e 2000 estavam relacionados ao uso de droga injetável.35
Entre 1º de abril e 20 de junho de 2000, 62 casos de doença grave, com pelo menos 30 óbitos, foram relatados em usuários de droga injetável no Reino Unido e República da Irlanda. Todos os pacientes foram admitidos em hospital, ou encontrados mortos, com infecção dos tecidos moles (abscesso, celulite, fasciite ou miosite) no local da injeção, quadro tóxico sistêmico grave ou achado à autópsia de processo tóxico ou infeccioso difuso. A doença estava associada ao uso subcutâneo ou intramuscular de heroína, mas não ao uso endovenoso. Em oito casos isolaram-se espécies de Clostridium (C. novyi e C. perfringens), associados ou não. Algumas características sugerem que esse surto foi decorrente da exposição a um grande lote de heroína contaminada: características clínicas semelhantes, distribuição temporal e geográfica, alta proporção de convívio e uso compartilhado de drogas entre os doentes.36 O surto foi considerado extinto em agosto do mesmo ano, totalizando 104 casos e 35 mortes. Casos semelhantes foram posteriormente descritos no Canadá37 e na Califórnia.38
Escoriações são comuns, embora não se possa precisar se conseqüentes ao prurido induzido pelos narcóticos ou pelos distúrbios psicológicos. Opiáceos podem produzir desgranulação dos mastócitos por mecanismos não-imunológicos e, por essa razão, a urticária é queixa relativamente comum nos usuários de heroína. Calcula-se que cerca de 20% dos pacientes que recebem opiáceos no pós-operatório desenvolvam urticária.39
Manifestações crônicas
As manifestações dermatológicas crônicas são também comuns e algumas delas patognomônicas do uso injetável de drogas ilícitas. As cicatrizes resultantes do hábito prolongado de se injetar o subcutâneo (skin popping) são bastante características: relativamente pequenas (de 0,5 a 3 cm de diâmetro), ovais ou arredondadas, geralmente múltiplas, levemente atróficas e eventualmente hiperpigmentadas, com aspecto em sacabocado e dispostas na face extensora dos antebraços e no dorso das mãos – locais preferidos para essa via de administração – abdome e coxas. Representam, na maioria das vezes, processo cicatricial resultante da resolução de pequenos abscessos, embora possam se instalar na ausência desses (Figura 6).


O trauma repetido e prolongado das veias termina por produzir cicatrizes lineares, escleróticas e muitas vezes hiperpigmentadas. Tais lesões foram descritas pela primeira vez em 1929 e denominadas needle tracks (literalmente, trilhos das agulhas) por se assemelharem a trilhos de ferrovia em seu aspecto retilíneo.** A intensidade das lesões e a rapidez com que se instalam dependem do que se injeta e dos adulterantes e diluentes presentes. O quinino, por exemplo, é o adulterante com o maior potencial esclerosante. A hiperpigmentação é decorrência do processo inflamatório e seu grau depende da cor do indivíduo. Outra possível explicação para esse fenômeno seria a introdução inadvertida da fuligem que se acumula nas agulhas quando essas são esterelizadas em chama.8
A necrose das extremidades é outra conseqüência dramática do uso injetável das drogas ilícitas. Embora possa ocorrer com qualquer droga, é mais comum nos usuários de cocaína que empregam, deliberada ou involuntariamente, a via arterial. O vasoespasmo prolongado e repetido induzido pela cocaína, potente agente vasoconstritor, e os fenômenos oclusivos gerados pela injeção dos adulterantes, que funcionam como verdadeiros êmbolos, seriam os principais fatores envolvidos na etiopatogênese40,41 (Figura 7). Experimentalmente, a injeção subcutânea de cloridrato de cocaína produz paniculite necrotizante e necrose vascular em ratos.42


Os adulterantes, em especial o talco, são capazes de induzir a formação de granulomas nos locais das injeções ou ao longo do trajeto venoso. Nos pacientes que fazem uso injetável de anfetamina, o próprio talco presente nos comprimidos pode ser responsável pela formação dos granulomas cutâneos43 (Figura 8).



MACONHA E HAXIXE
Os canabinóides são componentes químicos psicoativos presentes em plantas do gênero Cannabis, dos quais o mais potente, dotado de propriedades halucinógenas, é o ³-9-tetraidrocanabiol, comumente conhecido como THC. Das três espécies existentes (C. sativa, C. indica e C. ruderalis), apenas as duas primeiras produzem altos índices de componentes psicoativos. A C. indica é amplamente encontrada no Oriente Médio e Índia onde é empregada na produção de haxixe.
Trata-se de planta pouco exigente e de fácil manejo, potencialmente cultivada em qualquer região do mundo, até mesmo em ambientes domiciliares. Dela se extraem três principais formas de drogas: a erva (maconha), obtida pela trituração das folhas, caules e flores, com níveis baixos de THC e geralmente consumida em forma de cigarros; a resina (haxixe), obtida fundamentalmente a partir dos pêlos das flores e compactada em blocos, com níveis médios de THC e também consumida em forma de cigarros; e o óleo, com altos níveis de THC, extraído com uso de solventes como acetona ou metanol, adicionado a cigarros convencionais ou de maconha, ou ainda inalado após aquecido.
Embora a origem seja controversa, é possível que a palavra assassino derive do árabe hashshashin, nome com o qual se designava um secto de militantes islâmicos sanguinários e ávidos consumidores de haxixe.
A maconha é, de longe, a droga mais consumida em termos globais. Uma boa parte de sua popularidade entre os jovens se deve à sua aura de droga relativamente inocente, ou droga fraca, de baixo risco e dotada até mesmo de poderes medicinais. Classicamente seus usuários, assim como os consumidores de cigarros convencionais, apresentam maior risco de envelhecimento cutâneo precoce, com acentuada lividez e proeminência das rugas.
Os derivados da Cannabis, porém, apresentam muitos dos carcinogênios encontrados no tabaco e, portanto, seriam capazes de atuar como fator de risco para neoplasias malignas do pulmão, vias aéreas superiores, colon e bexiga, entre outros. Um recente e amplo estudo de revisão sugere que variáveis como freqüência, modo de uso e duração da exposição sejam analisadas em estudos futuros para maior fidedignidade dos resultados.44 Tal rigor se justifica em uma época em que alguns países estudam a disponibilização da maconha como agente terapêutico.
Os componentes da Cannabis são também dotados de potencial aterogênico, como atesta o crescente número de relatos de casos de arterite em usuários da droga.45

ECSTASY
Em 1914, a indústria farmacêutica alemã Merck recebeu a patente da droga 3,4-metilenodioximetanfetamina (MDMA), originalmente um produto químico intermediário que seria utilizado na síntese de droga hemostática. Legalmente comercializada nos EUA até 1985 e empregada basicamente como adjuvante na psicoterapia, a MDMA, popularmente conhecida como ecstasy ou XTC, logo passou a ser consumida em casas noturnas devido aos seus efeitos euforizantes e desinibidores. Com a proibição de sua fabricação em muitos países, a droga vendida é sintetizada em laboratórios clandestinos e contém um grande número de adulterantes como efedrina, pseudoefedrina, cafeína, aspirina, paracetamol, entre outros.
Classicamente hepatotóxica, o ecstasy pode também ser responsável por quadros graves de depressão, síndrome do pânico e psicoses. As primeiras manifestações dermatológicas descritas em usuários compreendiam uma dermatose acneiforme na face, desprovida de comedos abertos ou fechados, e de instalação súbita. Uma possível explicação patogênica para o quadro cutâneo seria um distúrbio no metabolismo dos esteróides sexuais, secundário à hepatotoxicidade da droga, com conseqüente estímulo das glândulas sebáceas.46

POPPERS
Os nitritos alquilados compreendem um grande grupo de compostos orgânicos. O mais conhecido deles, o nitrito de amila, tem sido usado há anos para tratamento da angina enquanto outros são vendidos como componentes de desodorantes de ambiente ou para uso recreacional.
Os nitritos, popularmente conhecidos como poppers, (Figura 9) promovem o relaxamento muscular, incluindo os esfíncteres vaginal e anal. A vasodilatação que se segue ao relaxamento muscular, fundamento para seu emprego na angina, é também considerada como prolongadora da ereção e do orgasmo, características que tornaram a droga extremamente popular em experiências sexuais, sobretudo entre os homossexuais.



Por serem altamente voláteis, os nitritos podem ser inalados diretamente dos frascos em que são comercializados. Os efeitos imediatos incluem taquicardia, rubor facial e leve cefaléia. Os nitritos podem atuar na pele como desencadeadores de dermatite de contato. A partir do relato inicial de Fisher et al47 em 1981, outros trabalhos se seguiram evidenciando a capacidade de sensibilização imediata (urticária de contato) e tardia desses compostos48 (Figura 10).


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Os seus pés.

Saiba quando procurar um especialista em Medicina e Cirurgia do Pé "A Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé sente-se honrada em poder oferecer à população brasileira este texto ilustrativo sobre esta especialidade médica e espera que as informações nele contidas possam colaborar no aprimoramento da cultura geral e na solução de importantes problemas de saúde". Dr. Caio Nery,Presidente Gestão 2002/2003Sociedade Brasileira de Medicina e Cirurgia do Pé Coisas que você deveria saber sobre seus pés :: os seus pés:: nossa vocação:: causas das doenças:: "checklist"para a compra de calçados:: como escolher calçados desportivos:: como escolher calçados para crianças:: joanetes ( Hálux Valgo):: dor no calcanhar:: deformidades dos dedos:: lesões das unhas:: pés chatos (planos):: pés diabéticos b Os Seus Pés Seus pés são estruturas extremamente complexas, das quais fazem parte 28 ossos que entre si, constituem várias articulações. Mantendo o perfeito relacionamento entre estas peças, estão centenas de ligamentos e algumas dezenas de músculos. O funcionamento adequado deste conjunto intrincado depende da energia trazida pelo sangue através de inúmeras artérias e do controle transmitido do sistema nervoso central pelos vários nervos periféricos que chegam aos pés. Quando sadios, os pés garantem a sustentação e o deslocamento de nosso corpo, suportando cargas enormes durante a marcha, a corrida e o salto sem qualquer dor ou desconforto. A utilização normal de nossos pés prevê a repetição de milhares de passos a cada dia, além da habilidade de realizar tarefas sofisticadas e graciosas como as desenvolvidas no campo das artes e dos esportes. Mesmo sob essas condições de carga e trabalho os pés são capazes de se recuperar rapidamente de pequenas lesões e abusos, retornando integralmente às suas funções originais. retornar ao topo g Nossa Vocação A Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé é o ramo da ortopedia que congrega médicos especialmente treinados e dedicados ao estudo aprofundado sobre as doenças e deformidades, gerais ou locais que se manifestam através de queixas na perna, tornozelo e pé.Em virtude desta especialização, são os profissionais mais categorizados para prestar assistência e cuidados a pacientes acometidos por doenças nessas regiões. retornar ao topo g Causas das Doenças Estas patologias podem resultar de defeitos congênitos ou hereditários; podem resultar da ação de agentes traumáticos, infecciosos ou inflamatórios (como nas artrites) ou ainda do uso prolongado e inadequado de calçados, do treinamento desportivo mal conduzido ou excessivo, tumores benignos ou malignos, além de um grande número de outras causas. Somente o estudo cuidadoso e a avaliação criteriosa, por profissional especializado, permitem identificar as causas e estipular a melhor terapêutica para o universo representado por cada paciente, preservando ou restituindo, da melhor forma possível, a função dos pés. Pesquisas conduzidas nos países desenvolvidos revelam que mais do que 70% da população mundial apresenta algum problema ou dor nos pés em alguma fase da vida. Esta situação preocupante resulta, em grande parte, da desinformação e da falta de cuidados simples e corriqueiros que cada um de nós deve ter com seus próprios pés, garantindo-lhes uma existência mais saudável e duradoura. Escolha bem seus calçados! Trate bem dos seus pés São eles que garantem sua sustentação e seu deslocamento Use sempre calçados adequados e de boa qualidade Antes de iniciar a escolha de seu próximo calçado, gostaríamos que você tivesse em mente os seguintes conselhos:

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Trabalhos CientíficosEstudo do comportamento da distribuição plantar através da baropodometria em indivíduos sem queixas físicas PRZYSIEZNY, Wilson Luiz; FORMONTE, Michele; PRZYSIEZNY, Elaine. Revista de Terapia Manual. Paraná: Escola de Terapia Manual e Postural v.2, n.1, (jul./set. 2003), p. 28-32 , 1667-5937.RESUMO INTRODUÇÃO: O exame dos pés na postura ereta pode ser realizado pela baropodometria eletrônica. Este exame analisa a pressão plantar sobre uma plataforma composta de sensores e se constitui no fundamento de muitos procedimentos conservadores ou cirúrgicos das afecções dos pés. Possibilita quantificar as pressões dos pés tanto na parte anterior, posterior ou no médio pé. OBJETIVO: Realizar quatro avaliações baropodométricas ao longo de duas semanas e analisar o comportamento da pressão plantar. METODOLOGIA: As avaliações baropodométricas foram realizadas no Laboratório de Posturologia do CEFIT - Centro de Fisioterapia do Hospital Evangélico de Brusque SC, com uma amostra composta de 7 indivíduos (n=7), sendo 3 do sexo masculino e 4 do sexo feminino. O programa utilizado foi o TWIN 9® Medicapteurs Versão 2.08. RESULTADOS: Tanto a maior pressão do retropé direito e esquerdo, como a maior pressão no antepé direito e esquerdo apresentaram um baixo coeficiente de variação (CV=15%). No entanto, pelo Teste de Grubbs as maiores pressões do hálux direito e esquerdo apresentaram valores dispersos e, portanto foram rejeitados. As larguras dos pés nas regiões anterior e médio pé apresentaram um baixo coeficiente de variação (CV=15%). As variáveis inclinação e rotação do tronco, observadas na primeira avaliação permaneceram nas demais. O pico de maior pressão foi observado no quadrante posterior. CONCLUSÃO: O estudo demonstrou que medidas idênticas não necessariamente se repetem no exame seguinte, porém o coeficiente das variações entre elas foi considerado baixo (CV=15%). Portanto, de acordo com os resultados apresentados, pode ser inferido que as avaliações baropodométricas apresentam valores semelhantes. voltarimprimir Grupo de Pesquisa em Posturologia - Certificado no CNPq Universidade Regional de Blumenau - FURB - Centro de Ciências da Saúde - Departamento de Fisioterapia Rua Padre Antonio da Veiga, 123 - Centro - CEP 88350.040 - Blumenau - SC (47) 3321 0240 e-mail: wilson@podaly.com.br

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LED'S

Laser na podologia

Buscar novos conhecimentos para oferecer técnicas que demonstrem resultados em curto prazo, para que o cliente e o profissional saiam satisfeitos, é o caminho que muitos buscam e sabem que isso faz a diferença no mercado de trabalho. A técnica muito procurada e que pode ser utilizada em várias áreas é a terapia fotodinâmica, onde é utilizada uma substância fotossensibilizante no local a ser tratado e logo após é aplicado o led ou o laser vermelho, o tecido capta a irradiação da luz e destrói as células doentes ou os microorganismos. Essa técnica acelera o processo do tratamento com Led ou Laser, ambos de uso terapêutico e fabricados com arseneto de gálio. Uma grande dúvida de muitos profissionais é qual fonte óptica utilizar: Led ou Laser? Na palavra Led temos as iniciais de Light Emission Diodo, ou seja, Diodo emissor de Luz. Ele não emite radiação, por sua luz não ser colimada, portanto, não há reflexão e não agride os olhos. Seu ângulo de emissão é maior. Não apresenta muita sensibilidade à temperatura. Sua vida útil é maior que o do laser. Possui ampla largura espectral, oferecendo assim uma gama de cores que podem ser utilizadas em vários tratamentos. Já a palavra Laser são as iniciais de: Light Aplification by Stimulated Emission of Radiation, em português: amplificação da luz por emissão estimulada de radiação. Por ser uma luz colimada, emite radiação e por esse motivo o uso de óculos é obrigatório. Possui maior potência óptica que o Led, embora precise de recursos para manter a linearidade. Possui menos largura espectral. Seu feixe de luz é mais concentrado e são sensíveis à temperatura e atritos. Vamos ver agora, quais os benefícios e aplicações dessas terapias: Led e Laser Vermelho (visível) Aplicações: na Estética e Podologia Funções: Estimula a circulação periférica, diminui edemas e a dor, é cicatrizante, regenerador celular, aumenta os lisossomos, aumenta o líquido (interstício) entre as células, estimula a produção de fibroblastos e colágeno, aumenta a ação antiinflamatória, bactericida e fungicida Led e Laser infravermelho (invisível) Aplicações: na Estética, Podologia, Fisioterapia e Acupuntura Funções: Nas camadas mais profundas como antiinflamatório, controla o edema e atua em patologias diversas (ósseas musculares e neurológicas). Led Azul Aplicações: Estética e Podologia Funções: É bactericida. Elimina a bactéria da acne (Propionibacterium acnes) que infesta a acne através do estresse oxidativo. Auxilia a drenagem e clareamento, pois propicia uma grande reação na água do interstício, que é o líquido que circula entre as células. É fotopolimerizador Led Âmbar Aplicações: Estética e Podologia Funções: Estimula consideravelmente a produção de colágeno e elastina, pois, age diretamente no Silício que é conhecido como o “Mineral da beleza” ou “ O Cosmético”, responsável pela maciez da pele, cabelos, dentes fortes, unhas e ossos resistentes. A longevidade está relacionada a ele. Está presente na constituição de tendões e da pele. É um agente mineralizador e precioso fortificador de todos os tecidos elásticos do organismo Existem algumas contra-indicações para a aplicação do Led e Laser que devem ser consideradas e devidamente registradas na ficha e anamnese do cliente. Não aplicar diretamente nos olhos, em pessoas grávidas ou com: fotossensibilidade, dermatose desencadeada ou agravada pela luz, catarata ou glaucoma, dermatoses pré-cancerosas, câncer de pele, história pessoal de câncer de pele, problemas cardíacos e marca-passo. Convém lembrarmos que, tanto o Led como o Laser não devem ser aplicados sem conhecimento ou orientação de profissionais capacitados. Márcia Nogueira Fontes: Internet / Manual para deposição de energia em Foto Terapia entre outras

o amor , ah o amor...

O amor sempre muda as regras para a gente nunca aprender a jogar
http://www.youtube.com/watch?v=niX6y5v3DPE

Marcha e Postura

Marcha & Postura

Introdução à análise computadorizada da Marcha Autor: Chris Kirtley, Ph.D Resumo: Tipos de sistemas de medição. Interpretação de 5 anormalidades comuns.

Animações da Marcha Humana Autor: Christopher Vaughan, Cape Town (Gait CD) Resumo: Animações a serem executadas com o quicktime ou outro programa de vídeo.

Ação muscular durante a marcha
Força reação do solo durante a marcha e deslocamentos articulares

Animações da locomoção humana Autor: Charl Lucassen, Holanda Resumo: Animações de homens e animais se locomovendo feitas através das cronofotografias feitas por Muybridge. Pode-se navegar por outras páginas relacionadas ao mesmo site e encontrar informações preciosas também sobre outra personalidade importante na história da Biomecânica: Etienne-Jules Marey.

Análise da Biomecânica Clínica da Marcha Autores: Dr. Chris Kirtley Resumo: Site contém casos clínicos relacionados a marcha, apresenta tópicos de auxílio ao ensino, tópico explicativos sobre Análise Clínica da Marcha, histórico sobre o estudo da locomoção e links.

Distúrbios da Marcha Autores: Molson Medical Informatic Projects - McGill University Resumo: Site contém conceitos sobre marcha e algumas patologias que se apresenta alterada como Hemiplegia, Parkinson. Possui vídeos e questionários, fornecendo assim ferramentas para promover o aprendizado em transtornos da marcha.

Animações da marcha e corrida em uma marionete cujos parâmetros o aluno pode manipular Autor: Vector Lounge - Singapura Resumo: Animação em Flash sobre Cinemática Inversa e Direta. O usuário manipula os movimentos de um esqueleto humano (como uma marionete), movimentando seus pontos articulares. As limitações determinadas pela hierarquização e linkagem da cinemática inversa e direta buscam representar estes movimentos como ocorrem no mundo físico, simulando eventos como limitações das articulações, inércia e gravidade.

Vetor Força reação do solo e centro de massa Autor: Clinical Gait Analysis Group Resumo: O grupo de análise clínica da marcha discute o sobre o COP durante a postura estática e sobre o controle da postura.

Biomecânica da Marcha Autor: Dr. Stephen M. Pribut, DPM - Especializado em Medicina Esportiva Podiátrica, Biomecânica e cirurgia do pé. Washington, EUA. Resumo: Descreve a anatomia do pé, as fases da marcha e sua biomecânica.

Fases da Marcha Força de reação do solo sobre o pé

Métodos de Avaliação Funcional

Avaliação da Postura Autor: Profa. Dra. Sílvia Maria Amado João. Resumo: Versão PDF do material didático utilizado pelos alunos do curso de Fisioterapia da Universidade de São Paulo.

DESVIOS POSTURAIS

FISIOTERAPIA

DESVIOS POSTURAIS DE MEMBROS INFERIORES

JOELHO VALGO(OU GENO VALGO): é a projeção dos joelhos pra dentro da linha média do corpo, causada , geralmente, pela hipertrofia da musculatura lateral da coxa e/ou hipotonia da musculatura medial d coxa. Alterações (BRODY,2001): Rotação lateral do fêmur e da tíbia, hiperestensão dos joelhos e supinação dos pés.

JOELHO VALGO: Fortalecer: Grácil, sartório, semitendinoso e semimembranoso, glúteo máximo, trato ílio-tibial e bíceps femoral. Alongar: glúteo máximo, trato ílio-tibial e bíceps femoral. E manutenção do peso ideal é desejável. COXA VALGA: Fortalecer: Pectíneo e adutores longo, curto e magno. Alongar: Piriforme (colocar o pé oposto em cima da coxa perto do joelho), obturador int., quadrado da coxa, gêmeos(sup e inf.) e glúteos médio e mínimo (fazer rotação interna do quadril) E manutenção do peso ideal é desejável.

JOELHO VARO(OU GENO VARO): é a projeção dos joelhos para fora da linha média do corpo, causada, geralmente , pela hipertrofia da musculatura medial da coxa e /ou a hipotonia da musculatura lateral da coxa. Alterações (STROBEL E STEDTFELD,2000): Rotação medial do fêmur e da tíbia, hiperestensão dos joelhos e pronação dos pés.

JOELHO VARO: Fortalecer: glúteo máximo, trato ílio-tibial e bíceps femoral(ou da coxa) Alongar: Grácil, sartório, semitendinoso e semimembranoso. Fonte: OLSON, 1998;

Exercícios: Abdução de quadril no puxador duplo, andar no bordo interno dos pés,alongamento passivo com medicine-ball entre os tornozelos. COXA VARA: Fortalecer: Piriforme, obturador int., quadrado da coxa, gêmeos(sup e inf.) e glúteos médio e mínimo (fazer rotação externa do quadril) Alongar: Pectíneo e adutores longo, curto e magno.

JOELHO HIPERESTENDIDO (OU GENO RECURVATO): é a projeção do joelho pra traz, fazendo com que a linha de gravidade passe bem à frente dos joelhos. É causado pela hipertrofia da musculatura extensora dos joelhos (reto femoral, vasto medial, vasto intermédio, vasto lateral) Posturas compensatórias(MAGEE, 2002): Báscula posterior de quadril e hipercifose torácica.

Fortalecer: Flexores de joelhos (semitendinoso, semimembranoso, bíceps femoral e poplíteo), inclusive gastrocnêmio e sartório. Alongar: Quadríceps (reto femoral, vasto lateral, v.medial e v. intermédio) Fonte: KENDALL & COLS, 1995

Exercícios: Flexão de joelho na mesa flexora ou com caneleira, flexão concentrada dos joelhos no puxador baixo.

JOELHO FLEXO( OU GENO FLEXO): Projeção dos joelhos pra a frente, fazendo com que a linha de gravidade passe por cima ou por traz dos joelhos. É causado pela hipertrofia da musculatura flexora dos joelhos (semitendinoso, semimembranoso, poplíteo, bíceps da coxa, plantar delgado, reto interno, gastrocnêmio, sartório).

Fortalecer: Quadríceps (reto femoral, vasto lateral, v.medial e v. intermédio) Alongar: Flexores de joelhos (semitendinoso, semimembranoso, bíceps femoral e poplíteo), inclusive gastrocnêmio e sartório. Fonte: GUCCIONE, 2000

Exercícios: Extensão dos joelhos com mesa extensora ou caneleira.

PÉ PLANO: Perda parcial ou total da curvatura do pé. Causado pela hipotonia da musculatura flexora dos dedos (peroneiro lateral longo, flexor comum dos dedos, flexor próprio do quinto dedo). Segundo Platzer (1987), ele ocorre quando os músculos plantares curtos não funcionam, mas devemos considerar o que Viladot (2003) coloca, que em repouso estes músuclos apresentam silêncio absoluto ao exame de eletromiografia.

Como corrigir: fortalecer a musculatura acima citada.

Exercícios: andar no bordo externo dos pés, andar na ponta dos pés, elevação do corpo na ponta dos pés, puxar um pano com a ponta dos pés, andar na areia fofa da praia.

PÉ CAVO: Aumento da curvatura plantar do pé, causado pela hipertrofia dos músculos peroneiro lateral longo, flexor comum dos dedos e flexor próprio do quinto dedo. Ocorre uma descontinuidade na impressão plantar na passagem do retropé para o antepé(PLATZER, 1987). Ocorre também a flexão do pododactilus.

Pé cavo-supinado-varo: alongar o tibial anterior, posterior e fibulares curto e longo.

Como corrigir: fortalecer a musculatura flexora dorsal do pé ( peroneiro anterior , extensor comum dos dedos, tibial anterior).

Exercícios: andar no bordo interno dos pés, flexão dorsal do pé, alongamento com o antepé apoiado no espaldar, andar para traz com o apoio dos calcanhares.

PÉ VALGO: É a projeção do calcâneo pra fora do corpo, fazendo com que o Tendão de Aquiles se projete para a parte interna do corpo. Segundo Platzer (1987), o maléolo lateral fica mais inferiorizado do que no pé reto fazendo a pronação( segundo BRICOT, 1999, a pronação favorece a rotação medial da tíbia, o que irá produzir repercussões em todo o membro inferior). Os tornozelos vistos por traz podem se tocar facilmente ainda que o bordo medial dos pés estejam afastados. Consequências da pronação(HAMMER, 2003): A hiperpronação pode produzir tendinite de inserção do semimembranosos (faz a flexão de joelho e extensão de quadril). Observar a calosidade sob a cabeça do 1º metatarso devido a ação do fibular longo muito forte enquanto seu antagonista, o tibial anterior, está paralisado (corrigir: alongar fibular longo e curto e fortalecer o tibial anterior e posterior, para estimular a inversão (VILADOT, 2003).

Como corrigir: Fortalecer os músculos tríceps sural, tibial anterior e posterior e quadrado plantar(VILADOT, 2003).

Exercícios: Elevação do corpo na ponta dos pés, separando os calcanhares, andar no bordo externo do pé.

PÉ VARO: é a projeção do Tendão de Aquiles para a parte externa do corpo, fazendo com que o calcâneo se projete pra dentro. Consequências da Supinação(JONES AND OWEN, 1996): Observar a calosidade sob a cabeça do 5º metatarso, devido a ação dos tibiais anteiror e posterior muito fortes enquanto os fibulares estão paralisados. Pode ocorrer a costa plana, retroversão do quadril e mau funcionamento do seguimento lombar.

Como corrigir: Fortalecer os músculos extensores comuns dos dedos e peroneiro anterior.

Exercícios: Andar no bordo interno dos pés, colocar uma fita passando pela planta dos pés a nível dos metatarsos. Fixar o lado interno do pé e puxar bem o lado externo.

PÉ ABDUTO: Quando o indivíduo anda com os pés pra fora da linha do corpo

Exercícios: Andar com os pés voltados para dentro da linha média do corpo.

PÉ ADUTO: Quando o indivíduo anda com os pés voltados para dentro da linha média do corpo.

Exercícios: Andar com as pontas dos pés voltadas para fora da linha média do corpo.

PÉ EQUINO: Causado pelo encurtamento do Tendão de Aquiles.

Como Corrigir: Só através de cirurgia.

PÉ CALCÂNEO: Causado pelo encurtamento do tendão do músculo Tibial Anterior.

Como corrigir: Só através de cirurgia

FASCITE PLANTAR: Tipos: sistemica (artrite reumatóide); traumática (por aplicação de força intensa); degenerativa(trauma de repetição) e mecânica(pronação exagerada, súbito aumetno de atividade); Causas: Para as degenerativas e mecânicas: pronação excessiva, grande solicitação da fáscia e dos músculos (abdutor do hálux, flexor curto dos dedos e quadrado plantar). Achados: Dor à deambulação após período de imobilização e dor no calcâneo pela manhã Conduta: curto prazo (anti-inflamatório, órtese e fixação do arco com esparadrapo; Longo prazo (alongar a fáscia plantar, fortalecer os músuclos intrínsecos e uso de talas noturnas). (ANDREWS E MALONE,2000);

fonte: Revista Sprint julho/ago 2000 Fonte Atualização 2004: Apostila de curso do Prof. Sandro da Matta

Segundo estudo, gargalhar é poderoso analgésico e alivia a dor em até 10%

Segundo estudo, gargalhar é poderoso analgésico e alivia a dor em até 10% Uma pesquisa da Universidade de Oxford, na Inglaterra, comprovou o ditado popular de que rir é mesmo o melhor remédio. Mas não é qualquer risada não, e sim, uma boa gargalhada. Segundo a pesquisa, ela pode reduzir a sensação de dor em até 10%, graças à liberação de endorfina no organismo. Com isso, além de criar um estado leve de euforia, essa substância química também amenizaria a sensação de dor. Durante o levantamento de dados, os cientistas analisaram primeiro os limiares de dor dos voluntários. Quanto mais alto o limiar, menor é a sensação de dor que a pessoa sente. Em seguida, os indivíduos foram divididos em dois grupos: aqueles que assistiram a 15 minutos de vídeos de comédias e aqueles que viram um material considerado chato, como programas de golfe. Descobriu-se, então, que os voluntários que haviam gargalhado eram capazes de suportar até 10% a mais de dor, sempre em relação ao estado de antes de rirem. Para surpresa dos cientistas, o grupo que assistiu aos programas considerados chatos se mostrou menos capaz de aguentar a dor após verem o conteúdo. O tipo de riso, no entanto, fez diferença no limiar de dor. Sorrisos discretos e risadas não provocaram quaisquer efeitos fisiológicos, apenas as gargalhadas. Além disso, comédias do tipo pastelão pareceram atingir os efeitos mais notáveis. Gargalhada que se aprende Não à toa, gargalhar ao redor do mundo já virou terapia conhecida como Ioga do Riso, ou risoterapia. Internacionalmente conhecida, a técnica de gargalhar para superar a dor nasceu 1995 pelas mãos do médico indiano Madan Kataria. E apesar de ainda nova no Brasil, já tem escola e professores por aqui. Defensoras da gargalhada com analgésico para dores físicas e emocionais, as sócio-fundadoras do Clube da Gargalhada do Brasil - primeiro do gênero na América do Sul - comprovam na prática o que o estudo inglês apresentou. A Dra. Úrsula L. Kirchner, Ph.D. Médica-Dentista, doutora em odontologia pela Universidade Livre de Berlim e pesquisadora da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conta que superou as dores de um acidente grave onde teve fratura exposta dos ossos dos braços e pernas gargalhando enquanto aguardava atendimento médico. Já Mari Thereza N. Vieira superou a dor emocional da separação com a terapia do riso. “Cientificamente a gargalhada também libera no organismo dois hormônios importantes, a dopamina (do bem-estar), e a serotonina, hormônio anti-estresse”, explica a pesquisadora. Mari completa dizendo que muita gente pensa apenas na dor enquanto dor física, mas que a gargalhada também é um poderoso analgésico emocional. “Um exemplo disso é o grande Charles Chaplin, que viveu na grande depressão, era filho de um pai alcoólatra, no entanto é um dos grandes gênios da comédia”, conta. Com essa crença é que o Clube da Gargalhada do Brasil ensina por meio da risoterapia as pessoas a superarem dificuldades. Mas como diz o estudo, não é qualquer gargalhada que serve. Ela pode até ser uma gargalhada treinada, como ensinam as duas pesquisadoras, mas precisa ser forte, profunda e intensa, ou seja, tem que vir de dentro. “A gargalhada eficaz contra a dor é aquela que mexe com todos os músculos do abdômen e que toca realmente as emoções”, ensina Úrsula. Justamente pelo lado emocional é que o estudo inglês afirma algo que as “professoras do riso” também defendem. Quem ri mais, se relaciona melhor. Daí a hipótese levantada pela pesquisa de que graças ao riso, os primeiros humanos foram capazes de criar comunidades com mais de 100 pessoas - enquanto os macacos, por exemplo, se reuniam em grupo com no máximo 50 animais. A pesquisa foi publicada no periódico Proceedings of the Royal Society B. Agência Hélice, Especial para o Terra

Para alcançar os sonhos, é preciso vontade. Se comprometa com seu objetivo

Para alcançar os sonhos, é preciso vontade. Se comprometa com seu objetivo

Você já quis muito alguma coisa, mas desistiu porque não tinha dinheiro suficiente? Para atingir um sonho é preciso vontade, mas nem sempre o caminho é fácil para alcançá-lo. Portanto, se você realmente desejar aquilo, se comprometa a conseguir. E lembre-se que são as metas que fazem você se motivar e se concentrar nas tarefas para que seus objetivos sejam alcançados. Pessoal, social, profissional ou financeira... É fundamental sonhar, não importa de qual aspecto da sua vida é sua meta. É isso que faz com que você vá para frente e viva realmente. Fazer uma viagem, comprar uma casa ou um carro, montar o seu negócio, fazer um curso no exterior, organizar uma grande festa podem custar caro, mas com planejamento todo sonho pode tornar-se realidade. Para isso, comece sempre detalhando o que você quer e quanto custa. Assim, você consegue saber onde pode cortar despesas e quanto tempo vai demorar. Pequenos gastos também são responsáveis por impedir a concretização dos seus objetivos. Um dinheirinho aqui, outro ali. Isso pode atrapalhar muito o seu controle. Econômica desde menina A administradora Maria Lucia Lacerda, de São Paulo, conta que sempre economizou para conseguir tudo, desde criança. "A minha primeira grande conquista foi um 'mega' rádio. Eu devia ter uns 12 anos. Fiz uma pesquisa de preço nas lojas dos modelos mais interessantes. Encontrei um tocador de CD, que tinha uma disqueteira para sete discos, controle remoto e despertador. Um verdadeiro sonho de consumo." Depois de meses economizando, conseguiu comprar o aparelho. "Juntei o dinheiro do lanche, do sorvete e dos presentes de aniversário dos meus avós. Na época, também tinha uma 'fábrica' de bloquinhos de papel com uma amiga, que também era uma fonte de renda." Com 24 anos, Maria Lucia resolveu fazer um intercâmbio para Paris. Na época, trabalhava na sua faculdade há mais de três anos. "Fui fazendo uma provisão mensal, guardei meu 13º e o que sobrava das férias, mas sem deixar de me divertir. Só evitava gastos 'bobos', como restaurantes e saídas muito caras." Além disso, conseguiu fazer um acordo com seu chefe para que ele a mandasse embora e, assim, recebesse o Fundo de Garantia. "Com esse dinheiro, mais o trabalho que eu consegui lá, paguei a viagem e os custos mensais, como aluguel, alimentação e passeios, sem precisar de ajuda." Maria Lucia afirma que sempre dá para encontrar uma alternativa para controlar os gastos. "Em vez de sair, convido meus amigos para jantar em casa. Isso ainda faz com que eu arrume tudo para recebê-los. Cozinhamos juntos e cada um faz uma especialidade. É muito gostoso." Segundo ela, para alcançar os sonhos, todas as economias são importantes. "Por exemplo, quando eu gosto de alguma coisa, sempre olho e penso muito bem. Se o item não me sai da cabeça, eu compro. Mas, na maioria das vezes, eu logo esqueço." Além disso, é fundamental analisar as contas de vez em quando. "Faço uma planilha com tudo que entra e o que sai para nunca ficar no negativo e ver onde é possível economizar mais um pouco. Por exemplo, eu e meu marido passamos nosso celular de pós-pago para pré-pago. Deu uma economia de quase R$ 300 por mês, o que por ano são R$ 3.600." Fazer compras de supermercado uma vez por mês em um lugar mais barato também ajuda, afirma Malu. "O planejamento é tudo. E vale muito a pena, sempre." Montar seu próprio negócio A diretora de uma escola de educação internacional Lara Crivelaro, de Campinas (SP), sempre quis ser dona do seu próprio negócio, mas a vida a levou para o lado acadêmico. "Fiz sociologia, mestrado e doutorado. Virei professora universitária, coordenadora de graduação, diretora e até reitora de universidade. Sempre trabalhando para os outros. Me sentia como se estivesse 'colocando azeite na empada dos outros' e nunca imaginava que isso poderia mudar." Certa ocasião, por conta de inúmeros contatos acadêmicos internacionais que desenvolveu, Lara combinou com um amigo espanhol de levar alunos que cursavam MBA na universidade em que ela trabalhava para um seminário na Espanha. "Deu supercerto e, no ano seguinte, fiz a mesma coisa para um curso em Portugal. Percebi que poderia abrir meu próprio negócio." Com o dinheiro desses primeiros projetos, Lara conseguiu iniciar a empresa com uma sócia, que vive nos Estados Unidos. "Começamos operando em casa para poder investir aquele dinheiro em material de publicidade e outras coisas importantes." Como Lara estava sozinha aqui no Brasil, precisou fazer a venda, a divulgação, a promoção e o fechamento de contrato com as universidades brasileiras. "Exigia muito esforço e tempo. Por isso, acabei me demitindo, pois ficou impraticável manter os dois empregos." Com isso, Lara fez um rearranjo doméstico, deixou de viajar nas férias, ir a restaurantes e cinemas. Mas, segundo ela, tudo valeu a pena. "Contei com o apoio dos meus filhos e apertamos algumas despesas." Para ela, realizar um sonho é sempre um grande privilégio. "Me sinto completa e feliz." E você, tem algum sonho? Planeje seus objetivos e mãos à obra. Compartilhe suas descobertas com os amigos e incentive-os a fazer o mesmo. Sonhar junto faz com que o momento se torne ainda mais inesquecível. Que tal marcar um jantarzinho em casa em vez de ir a um restaurante? Além de mais barato, pode ser bem divertido. Acredite, com organização e disciplina é possível alcançar tudo o que vocês quiserem. O importante não é economizar muito, mas economizar sempre.

(ANEXO III DA NORMA REGULAMENTADORA Nº 32) ANEXO III PLANO DE PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES COM MATERIAIS PERFUROCORTANTES 1.Objetivo e Campo de Aplicação: 1.1 Estabelecer diretrizes para a elaboração e implementação de um plano de prevenção de riscos de acidentes com materiais perfurocortantes com probabilidade de exposição a agentes biológicos, visando a proteção, segurança e saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. 1.2 Entende-se por serviço de saúde qualquer edificação destinada à prestação de assistência à saúde da população, e todas as ações de promoção, recuperação, assistência, pesquisa e ensino em saúde em qualquer nível de complexidade. 1.3 Materiais perfurocortantes são aqueles utilizados na assistência à saúde que têm ponta ou gume, ou que possam perfurar ou cortar. 1.4 O dispositivo de segurança é um item integrado a um conjunto do qual faça parte o elemento perfurocortante ou uma tecnologia capaz de reduzir o risco de acidente, seja qual for o mecanismo de ativação do mesmo. 2.Comissão gestora multidisciplinar: 2.1 O empregador deve constituir uma comissão gestora multidisciplinar, que tem como objetivo reduzir os riscos de acidentes com materiais perfurocortantes, com probabilidade de exposição a agentes biológicos, por meio da elaboração, implementação e atualização de plano de prevenção de riscos de acidentes com materiais perfurocortantes. 2.2 A comissão deve ser constituída, sempre que aplicável, pelos seguintes membros: a) o empregador, seu representante legal ou representante da direção do serviço de saúde; b) representante do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT, conforme a Norma Regulamentadora nº 4; c) vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA ou o designado responsável pelo cumprimento dos objetivos da Norma Regulamentadora nº 5, nos casos em que não é obrigatória a constituição de CIPA; d) representante da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar; e) direção de enfermagem; f) direção clínica; g) responsável pela elaboração e implementação do PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde; h) representante da Central de Material e Esterilização; i) representante do setor de compras; e j) representante do setor de padronização de material. 3.Análise dos acidentes de trabalho ocorridos e das situações de risco com materiais perfurocortantes: 3.1 A Comissão Gestora deve analisar as informações existentes no PPRA e no PCMSO, além das referentes aos acidentes do trabalho ocorridos com materiais perfurocortantes. 3.2 A Comissão Gestora não deve se restringir às informações previamente existentes no serviço de saúde, devendo proceder às suas próprias análises dos acidentes do trabalho ocorridos e situações de risco com materiais perfurocortantes. 3.3 A Comissão Gestora deve elaborar e implantar procedimentos de registro e investigação de acidentes e situações de risco envolvendo materiais perfurocortantes. 4. Estabelecimento de prioridades: 4.1 A partir da análise das situações de risco e dos acidentes de trabalho ocorridos com materiais perfurocortantes, a Comissão Gestora deve estabelecer as prioridades, considerando obrigatoriamente os seguintes aspectos: a) situações de risco e acidentes com materiais perfurocortantes que possuem maior probabilidade de transmissão de agentes biológicos veiculados pelo sangue; b) frequência de ocorrência de acidentes em procedimentos com utilização de um material perfurocortante específico; c) procedimentos de limpeza, descontaminação ou descarte que contribuem para uma elevada ocorrência de acidentes; e d) número de trabalhadores expostos às situações de risco de acidentes com materiais perfurocortantes. 5. Medidas de controle para a prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes: 5.1 A adoção das medidas de controle deve obedecer à seguinte hierarquia: a) substituir o uso de agulhas e outros perfurocortantes quando for tecnicamente possível; b) adotar controles de engenharia no ambiente (por exemplo, coletores de descarte); c) adotar o uso de material perfurocortante com dispositivo de segurança, quando existente, disponível e tecnicamente possível; e d) mudanças na organização e nas práticas de trabalho. 6. Seleção dos materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança: 6.1 Esta seleção deve ser conduzida pela Comissão Gestora Multidisciplinar, atendendo as seguintes etapas: a) definição dos materiais perfurocortantes prioritários para substituição a partir da análise das situações de risco e dos acidentes de trabalho ocorridos; b) definição de critérios para a seleção dos materiais perfurocortantes com dispositivo de segurança e obtenção de produtos para a avaliação; c) planejamento dos testes para substituição em áreas selecionadas no serviço de saúde, decorrente da análise das situações de risco e dos acidentes de trabalho ocorridos; e d) análise do desempenho da substituição do produto a partir das perspectivas da saúde do trabalhador, dos cuidados ao paciente e da efetividade, para posterior decisão de qual material adotar. 7. Capacitação dos trabalhadores: 7.1 Na implementação do plano, os trabalhadores devem ser capacitados antes da adoção de qualquer medida de controle e de forma continuada para a prevenção de acidentes com materiais perfurocortantes. 7.2 A capacitação deve ser comprovada por meio de documentos que informem a data, o horário, a carga horária, o conteúdo ministrado, o nome e a formação ou capacitação profissional do instrutor e dos trabalhadores envolvidos. 8. Cronograma de implementação: 8.1 O plano deve conter um cronograma para a sua implementação. 8.2 O cronograma deve contemplar as etapas dos itens 3 a 7 acima descritos e respectivos prazos para a sua implantação. 8.3 Este cronograma e a comprovação da implantação devem estar disponíveis para a Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego e para os trabalhadores ou seus representantes. 9. Monitoramento do plano: 9.1 O plano deve contemplar monitoração sistemática da exposição dos trabalhadores a agentes biológicos na utilização de materiais perfurocortantes, utilizando a análise das situações de risco e acidentes do trabalho ocorridos antes e após a sua implementação, como indicadores de acompanhamento. 10. Avaliação da eficácia do plano: 10.1 O plano deve ser avaliado a cada ano, no mínimo, e sempre que se produza uma mudança nas condições de trabalho e quando a análise das situações de risco e dos acidentes assim o determinar. (DOU de 31/08/11, Seção 1, pág. 143) [ Riscobiologico.org - Arquivo disponibilizado em www.riscobiologico.org/lista/Portaria_MTE_1748_2011.pdf ]

A HISTÓRIA DA PODOLOGIA

A História da Podologia Na pré-história, os antecedentes dão indícios de que possivelmente a podologia surgiu a cinco milhões de anos, com a evolução da espécie humana o homem, passou a ser bípede e assim adotar a posição ereta. Uma série de modificações em cadeia foi iniciada em todo corpo para a adaptação anatômica. Foi quando o homem começou a caminhar. Com o passar dos tempos, os desnivelamentos e acidentes geográficos de terrenos afetaram as extremidades inferiores, provocando má formação e infecções. Houve a necessidade de recorrer a práticas rudimentares para manter o equilíbrio e facilitar a locomoção em condições seguras. Esta é uma das profissões mais antigas do mundo e foi batizada com os mais diversos nomes no decorrer da história. Em 54 DC, na época da perseguição ao cristianismo, Cayus era soldado de Nero e calista oficial de sua esposa, Popea. Cayus devia realizar o trabalho com extrema eficácia nos pés de Popea, pois a mesma era conhecida como uma pessoa de péssimo humor para com seus criados. No Egito, existe uma pirâmide que retrata um calista tratando de um paciente. Os soldados romanos, ao voltarem dos campos de batalha, entregavam seus pés aos “quitacalos” Em 1600 cresce o número de podólogos (calistas) e barbeiros-cirurgiões, como descrito por Cervantes em "O Juiz e o Divórcio" e evidenciados nas pinturas de "maestros flamengos", que mostram verdadeiras cenas de podologia (do grego podos = pé / logos = estudo), entre as quais duas telas do célebre pintor holandês Brouwer, de 1635, que levam os títulos "Operação do Pé" e "Charlatán de La Ville", chamada assim porque nessa época o podólogo era um tipo de mercador e oferecia seus serviços nas ruas, praças, feiras e mercados. Por volta de 1700, também a literatura começou a se ocupar da podologia e surge o livro intitulado"L'art de Soigner Lês Pieds", escrito pelo francês Laforest, mais conhecido como "o calista". Traduzido para o inglês com o título "Quiropodologia", foi o primeiro livro de consultas em esclarecimentos sobre calos, verrugas, hiperqueratoses (calosidades), infecções das unhas e ilustrações de instrumentos usados até o início deste século. Os homens passaram a se beneficiar da profissão do "calista" e, até mesmo Luiz XVI e Maria Antonieta consideravam os podólogos em sua corte. Napoleão pensou como os romanos, porque justamente afirmava que os soldados sem os pés em bom estado não estavam suficientemente equipados. No século XVIII, no convento dos sacerdotes da Ordem Santa Ana, havia uma interna, Clotilde Heristal, que praticava a pedicuria aos pobres e enfermos. Com isso, Santa Ana passou a ser a padroeira dos profissionais da pedicuria. O precursor da podologia moderna foi Anselmo Briziano que, em 1850 criou uma clínica no Hospital de Milão e escreveu o livro "La Pediatria e Cirurgia Conservadora", o qual foi editado em 1881. No Brasil, por não existirem documentos suficientes sobre a área. As pesquisas são baseadas em informações dadas por profissionais que continuaram exercendo a mesma profissão de seus pais e avós. Em arquivos da ABP - Associação Brasileira de Podólogos, encontra-se anúncio do jornal 'O Estado de São Paulo', do dia 21 de setembro de 1890, anunciando 'Luiz Keller, Operador de calos, unhas encravadas e deformadas. Rua de S. Bento, 59, interior. n.° 1 onde acaba de abrir um modesto gabinete para o exercício de sua profissão, sendo encontrado das 11horas da manha às 4 da tarde'. No séc. XX, a instrumentação rudimentar usada nos séculos passados e início do XX consistiam em canivetes e navalhas para desbastar calos e calosidades, cacos de vidro para raspar unhas, penas de patos ou de gansos para desencravar unhas, todos manipulados por homens conhecidos como 'raspadores e curadores de calos', 'operadores de calos' ou 'calistas'. Em 1930, a profissão começa a surgir dentro da legalidade no Governo Provisório de Getúlio Vargas, quando foi criada a CARTEIRA PROFISSIONAL DO TRABALHADOR, e para requerê-la era necessário ser sindicalizado para promover o andamento do pedido; e necessário se fazia também a comprovação da profissão através de atestados emitidos por sindicato ou por duas pessoas que exercessem a profissão atestada. Não sendo uma profissão reconhecida e sindicalizada, não existia prova de habilitação profissional. Dois anos depois, os calistas foram obrigados a se sindicalizar ao Sindicato dos Oficiais de Barbeiros e Cabeleireiros do Estado de São Paulo. Logo a seguir, houve a necessidade de que esse mesmo Sindicato, em suas sedes, escolas para ensino do respectivo ofício. Posteriormente, somente aqueles que exibissem Certificado de Habilitação Profissional, emitido por escolas, poderiam ter suas Carteiras de Trabalho assinadas. A organização Americana Dr. Scholl, fundada pelo Sr. Frank J. Scholl, que chegou no Brasil na década de 30, inaugurou sua primeira loja, na cidade de Rio de Janeiro, e em seguida, na cidade de São Paulo, na Rua do Arouche. O Dr. Scholl implantou o nome 'Quiropodia' (tratamento dos pés com as mãos) no Brasil, e seus profissionais formavam-se em sua própria organização, sendo que o primeiro professor, foi o Enfermeiro Pedicuro Sr. Moura. O curso tinha a duração de dois a três meses, com aulas teóricas e práticas, período esse passado, em que o aluno já começava a trabalhar nas lojas ou concessionárias do Dr Scholl. Esse sistema foi praticado até o ano de 1978. Decorridos alguns anos, foi oficialmente legalizada a profissão exercida pelos enfermeiros propriamente ditos e pelos seguintes profissionais: parteiras, massagistas, duchistas, Calistas ou Pedicuras, onde no Parágrafo Único do - Lei publicado, lia-se: 'Os profissionais acima enumerados passarão a ser denominados: enfermeiras-obstétricas, enfermeiros-massagistas, enfermeiros-duchistas, enfermeiros-pedicuras'. Em um de seus Artigos, lia-se também: 'Os profissionais que apresentarem atestados devidamente autenticados, firmados... Provando prática de enfermagem efetiva de cinco anos ou mais, anterior a 22 de janeiro de 1934, serão escritos como Enfermeiros Práticos Licenciados, no Serviço de Enfermagem...' 'Os enfermeiros-pedicuras poderão instalar sala de trabalho, guarnecida com os móveis e instrumentos estritamente necessários à sua especialidade e cuja abertura deverá ser autorizada pelo Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional' 'Será obrigatório o registro dos diplomas e certificados de todos os profissionais' ' Os exames destinados a legalizar, na forma deste Decreto, a situação daqueles que vem exercendo a profissão de enfermagem, em qualquer dos seus ramos, sem registro de Fiscalização do Exercício Profissional do Departamento de Saúde, serão prestados perante o Serviço de Enfermagem'. Em 1941, um novo Decreto, introduz modificações no Decreto anterior, modificando a denominação Pedicura por Pedicuro, portanto, uma nova denominação: 'Enfermeiro Pedicuro'. Lê-se em um de seus Artigos: 'Não se aplicam aos Enfermeiros Pedicuros... As exigências,... Sendo suficiente para gozarem das regalias constantes do mesmo, que apresentem atestado comprovante de prática de Pedicuro, desde cinco anos de 22 de janeiro de 1934, assinado por três clínicos de nomeada, a juízo da Diretoria do Serviço de Enfermagem' 'Os Enfermeiros Pedicuros serão sujeitos apenas a exame, em relação a cuidados de asseio de desinfecção e de moléstia do pé...' O certificado a eles atribuído, nas condições deste Artigo, não dará outro direito que o do exercício da profissão especializada. O Sindicato dos Barbeiros do Estado de São Paulo emitiu o diploma de 'calista', até o ano de 1960, o qual era assinado pelo Enfermeiro Pedicuro João V. Sichette, e o presidente do sindicato. O curso teórico-científico era ministrado pelo Dr. Herculano Lemos, e as aulas práticas eram ministradas por um profissional experiente que exercia a profissão há alguns anos. Em 1957, a profissão passou a ser considerada como 'ATIVIDADE AFINS DA MEDICINA', e o Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia (SNFMF), órgão integrante do Departamento Nacional de Saúde (DNS), em sua Seção de Medicina, passou a fiscalizar, por intermédio das autoridades estaduais competentes, tudo quanto se relacionava ao exercício da medicina e das atividades afins, nas suas várias modalidades. Com passar do tempo foi exigido por nossos colegas que fosse criado um exame para um profissional mais especificado, com o respectivo diploma registrado em São Paulo no antigo Serviço de Fiscalização do Exercício Profissional. Em 1961 foi decretado que: 'Para o exercício da Medicina, Odontologia, Farmácia, Enfermagem ou outras profissões relacionadas com a arte de prevenir ou curar doentes é indispensável possuir o diploma ou certificado correspondente, outorgado por escola oficial, reconhecida ou equipada e estabelecimentos ou entidades outras, previstos ou autorizados em lei. Os Diplomas ou Certificados serão obrigatoriamente inscritos em registros especiais no órgão federal da saúde e seu congênere da unidade federada no qual ocorra o exercício do profissional. Estão sujeitos às sanções consignadas em lei todos os indivíduos que exerçam qualquer atividade das profissões previstas no artigo anterior, sem que para tal possuam o título legal correspondente devidamente registrado. A autoridade sanitária competente fiscalizará: a) o exercício das profissões de médico, farmacêutico, dentista, enfermeiro, obstetras, ótico,... pedicuro e outras afins, fazendo repressão ativa e permanente ao charlatanismo e ao curandeirismo; À autoridade sanitária compete licenciar e fiscalizar instalações e o funcionamento dos estabelecimentos que interessem à saúde pública. A autoridade sanitária competente deverá fiscalizar, fazendo repreensão ativa'. O exame passou a ser realizado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo até o ano de 1974. De 1975 a 1978 os novos formandos exerciam a profissão sem prestarem o exame final, pois houve discórdias entre a Santa Casa e o Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia (SNFMF). Em 04 de dezembro de 1964 foi fundada Associação Brasileira de Pedicuro - ABP, com finalidade de congregar toda a categoria profissional e promovê-la em todos os sentidos. Tinha sua sede à Rua 24 de maio, 35 - 12° andar, na cidade de São Paulo. Em 1972, o Instituto Nacional de Providência Social (INPS), reformula todo o esquema de qualificação e enquadramento de contribuição e benefícios, ratificando o Pedicuro como Liberal, podendo contribuir e requerer os benefícios até o máximo de vinte salários. Após muitos estudos e trabalhos dos nossos colegas, conseguiram-se aprovar uma Portaria de âmbito FEDERAL, que baixava normas para a inscrição de certificado de Pedicuro, válidos para todo território nacional, que dizia também: 'Entende-se como Pedicuro o profissional habilitado a cuidar das infecções superficiais dos pés.... O tempo de exercício na profissão pode ser comprovado mediante a apresentação de qualquer um desses documentos: a) carteira profissional devidamente anotada; b) alvará de localização em que se especifique a profissão; c) justificação jurídica. É atribuição ao Pedicuro extirpar calos, extirpar calosidades e cuidar de unha encravadas. Em 1986, a Associação Brasileira de Pedicuros - ABP, passou a ser denominada Associação Brasileira de Podólogos-ABP. Em 1988, a Associação Brasileira de Podólogos - ABP é convidada pela Secretaria de Estado de São Paulo, através do Centro de Vigilância Sanitária, a participar da elaboração do CÓDIGO SANITÁRIO DO PODÓLOGO DO ESTADO DE SÃO PAULO, necessário para a instalação de gabinete de Podólogo (Pedicuro). Em 1993 foi aprovada a Portaria Centro de Vigilância Sanitária - CVS, que dispõe sobre o funcionamento dos estabelecimentos que exercem atividade de Podólogo (Pedicuro). Em 1995, no Senac-SP começou pesquisar o Curso Técnico em Podologia. Consultores estiveram reunidos na ABP e nos gabinetes dos profissionais. Esse curso - Curso de Qualificação Profissional IV - Habilitação Plena de Técnico em Podologia de Ensino 2º grau, com validade e o direito de prosseguir estudo em nível superior, com uma carga horária de no mínimo 940 horas, em 1997 teve seu início. Em 1999, o Senac - Centro em Educação em Saúde, Unidade Tiradentes, passou a ministrar o Curso de Complementação de Técnico em Podologia para todos os Profissionais que houvessem concluído o Curso de Qualificação I de Pedicuro, com carga horária de 654 horas. Através do Deputado Federal Luiz Antonio Fleury F° (ex-governador de São Paulo), em 1999, a ABP busca novamente a Regulamentação da profissão de Podólogo. Solicita-se elaboração de um projeto de lei regulamentando a profissão de podólogo com a respectiva criação dos conselhos federais e regionais. A partir de 2000, pela reformulação para definir as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional de Nível Técnico pela definição das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional os Cursos Técnicos em Podologia terão carga horária mínima de aula de 1200 horas. O Curso de Qualificação Profissional IV - Habilitação Plena de Técnico em Podologia, ministrado pelo Senac - Centro de Desenvolvimento Profissional, na cidade de Curitiba, teve seu início no ano de 2000. Em 2002 foi aprovada Portaria n° 397, de 09 de outubro, a qual aprova a classificação brasileira de ocupações - CBO, destacando a profissão do podólogo, inclusive com suas atribuições. Pesquisas: - Boletim Informativo da ABP, Informativo O PODÓLOGO e Livros de Atas da ABP - Apostila Apuntes Podológicos da Union Pedicuros - Podólogos de Cordoba (Argentina) - Diário Oficial (municipal SP, estadual SP e federal) - Revista Podologia hoje Ano I , Nº0 1999
1 INTRODUÇÃO O cuidado com as unhas vai além da aparência estética, é também uma questão de higiene pessoal e saúde. De acordo com Saggioro (1999, p.187) a arte de fazer as unhas teve origem há 4.000 anos, no Sul da Babilônia. Naquela época, implantes de ouro sólido eram usados nas unhas dos pés e das mãos. Manuscritos da dinastia chinesa, datados de 3000 anos a.C., descrevem o costume de pintar as unhas, as cores variavam de acordo com a classe social, sendo o vermelho e o preto privilégio da realeza. Já no Egito, a bela Cleópatra preferia um tom marrom-escuro, até mesmo os homens tinham o hábito de enfeitar as unhas. Acredita-se que os comandantes militares do império romano costumavam pintá-las antes de sair para batalhas mais decisivas. Há um tempo, cuidar das unhas era considerado luxo e ostentação, isso se resumia a uma limpeza significativa das mãos com as unhas bem aparadas e lixadas. Somente na década de 20, os brasileiros influenciados pelos europeus começam a ter o hábito de fazer as unhas e surge então a figura da manicure, considerado um serviço supérfluo, onde só as damas da alta sociedade usufruíam desses serviços (GRANDE ORIENTE DO BRASIL, 2008) Na década de 50 esses serviços tornam-se populares e o hábito de fazer as unhas hoje é normal e acessível a todos. As unhas bem feitas não são mais sinônimo de luxo e sim um cuidado essencial para uma boa apresentação A procura pela beleza ganhou mais adeptos, o que acabou gerando um movimento de busca por serviços especializados na área de manicure pedicure e a preocupação com a saúde dos clientes. Atualmente, unhas coloridas são igualmente comuns e ainda variam devido à moda e às diferentes tribos sociais. Entretanto, mantê-las bem cuidadas, higienizadas e saudáveis deve ser um hábito adquirido (GRANDE ORIENTE DO BRASIL, 2008). Observa-se uma carência de profissionais habilitados em desenvolver corretamente os serviços de manicure e pedicure, e para que esse serviço possa ser padronizado surgiu a necessidade da elaboração de uma ficha de anammese para esse segmento, onde os profissionais de um mesmo estabelecimento possam se orientar de maneira correta e precisa antes do início do atendimento. Conforme Valdameri; Miranda (2007) anamnese é uma entrevista que tem por objetivo coletar informações sobre o cliente que tenham relação com o serviço que está se propondo, seus objetivos, expectativas e possíveis interferências nos resultados que deseja obter, além de cuidados especiais na execução dos mesmos, com a máxima qualidade, eficiência e segurança. É a parte mais importante para iniciar a relação profissional/cliente. A partir da qual se apoiará todo o trabalho. Traz orientações para um plano de atendimento específico e personalizado. Tem um objeto explícito, conduzido pelo profissional e cujo conteúdo foi elaborado criticamente com as informações necessárias ao que se propõe. A anamnese em qualquer área da saúde e beleza incluindo os serviços de manicure e pedicure dará inicio a um relacionamento de confiança entre o cliente e o profissional, que neste momento tem a oportunidade de demonstrar conhecimento, ética e profissionalismo. Pode-se dizer que o processo de avaliação das unhas inicia-se pela aplicação deste instrumento, pois é nesse momento que o avaliador obtém mais informações a respeito do avaliado, para dar início à execução dos serviços. Tais informações possibilitarão a identificação de algumas patologias relacionadas às unhas como onicomicose, onicocriptose, bem como a aparência estética geral da unha. A ficha desenvolvida nesse trabalho servirá como guia aos profissionais para registrar as informações de todos os clientes, podendo incluir, excluir ou ignorar dados de acordo com as características de quem se apresenta a ele naquele momento. Proporcionará maior credibilidade ao profissional e segurança ao cliente, favorecendo o encaminhamento se necessário a outros profissionais habilitados para realizar diagnóstico e sugestão de tratamento condizente ao quadro. O propósito desse estudo é desenvolver um instrumento de coleta de dados, que permita avaliar de forma precisa as necessidades do cliente efetuando um trabalho diferenciado na área de manicure e pedicure.
2 METODOLOGIA Esta pesquisa caracteriza-se de acordo com a forma de abordagem do problema como qualitativa exploratória, que segundo Tobar e Romano Yalour (2001) a pesquisa exploratória é aquela realizada em áreas e sobre problemas dos quais há pouco ou nenhum conhecimento acumulado e sistematizado, sendo que exige do investigador familiarização com o assunto. E de acordo com Minayo et al (2005, p.82) método qualitativo tem como objetivo compreender as relações, as visões e o julgamento dos diferentes atores sobre a intervenção da qual participam, entendendo que suas vivências e reações fazem parte da construção da intervenção e de seus resultados. O estudo foi realizado a partir de levantamento bibliográfico sobre unha, sua fisiologia, estrutura, doenças específicas e estética. Após a revisão teórica foi desenvolvida uma ficha de anammese (APÊNDICE A) para serviços de manicure e pedicure utilizando perguntas fechadas e focadas e considerando fatores tais como: presença de patologias, doenças específicas e estética. Após a elaboração, foram consultado cinco profissionais, selecionados aleatoriamente, solicitando informações a respeito do grau de dificuldade na leitura, o tempo, clareza nas alternativas de respostas, e a extensão da ficha, além de sugestões de inclusão ou exclusão de itens.
3 REVISÃO DE LITERATURA 3.1 Fisiologia da Unha O aparelho ungueal, assim chamado por (Ribeiro; Novaes e Neves (1995 apud BARAN; BERKER; DAWBER, 2000), desenvolve-se a partir da epiderme primitiva entre a nona e a vigésima semanas de vida intra- uterina. Segundo Lima; Rego; Montenegro, 2007, as unhas são compostas por queratina, proteína endurecida encontrada também na pele e nos cabelos e produzidas pelas células da matriz da unha. Essa proteína da lâmina ungueal, bem como a área que a rodeia - tecido sub e periungueal - podem ser facilmente colonizadas por uma imensa gama de germes, inclusive fungos. São várias as suas funções, entre elas a de apreender e manejar objetos, proteger o tecido da ponta dos dedos, além de refletir, através de suas alterações, doenças e condições graves cutâneas ou mesmo internas. As unhas garantem firmeza dos dedos, sem elas não seria possível executar nem mesmo um movimento simples, sem correr o risco de sentir dor. Steiner (2006, p.27) ressalta que além da função estética, auxiliam na sensibilidade tátil e na manipulação fina. aparelho ungueal é muito mais que apenas a unha, funciona como um sistema do organismo, com características especiais. É formado por várias estruturas conforme descritas por Bailey et al. (1973).
Raiz Ungueal: é quem forma a lâmina ungueal (unha), está na região superior e inferior da base da lâmina, pode ser vista nos primeiros dedos, como um semicírculo branco, a lúnula; Dobra proximal: é a borda de pele que está na base da lâmina ungueal; Dobras laterais: são as bordas de pele nas laterais das unhas; Borda livre: é a parte distal da lâmina ungueal, ou seja, a que cortamos; Leito ungueal: é a pele que está colada à lâmina ungueal, também participa da formação da lâmina; Lâmina ungueal: mais chamada de unha, é uma placa de queratina dura, aderida ao leito ungueal e formada por ele e pela matriz ungueal. Recobre a extremidade posterior da última falange dos dedos; Eponíquio: é a chamada cutícula, porção de pele aderida à lâmina ungueal na sua porção proximal, que serve para proteger a raiz contra a entrada de umidade, substâncias químicas e agentes infecciosos. O crescimento das unhas é contínuo durante a vida, graças a um processo de proliferação e diferenciação de células epiteliais da raiz da unha, que gradualmente se queratinizam para formar a placa córnea (DÂNGELO; FATTINI, 1988). É fundamental o conhecimento da anatomia da unha para entender seu funcionamento e suas alterações.
3.2 Estética Geral da Unha A arte e vaidade com as mãos e pés foram cruzando os tempos e chegaram aos dias atuais. A preocupação das pessoas com a aparência, juventude, beleza e saúde cresce a cada dia e não há como apresentar belas mãos com unhas descuidadas. O cuidado com as unhas assume importância cada vez maior, exigindo em algumas circunstâncias muito mais do que um aspecto minimamente asseado para que não comprometa todo o conjunto da aparência de alguém (BENY, 2004). É necessário observar as condições da unha, verificar seu comprimento, analisar o formato dos dedos e escolher o que mais valorize a mão do cliente. Os formatos podem ser quadrados, pontudos, arredondados e ovalados: unhas mais pontudas para dedos longos e finos, quadradas para dedos longos e grossos, arredondadas para dedos curtos e ovaladas para dedos curtos e finos em geral (BARAN; BERKER; DAWBER, 2000). Conforme Mariana Rocha, consultora de moda da UOL Company, em entrevista a Fernanda Schimidt sobre os esmaltes que acompanham a paleta de cores da moda “hoje o bonito é usar unhas curtas. Unha muito comprida está fora de moda. Agora, elas vêm mais quadradas, levemente arredondadas seguindo a linha da mão”. A retirada do eponíquio não deve ser em excesso, pois sua função é manter a unha a aderida à pele, agindo como uma barreira de proteção, para evitar a entrada de microorganismos causadores de infecções e doenças. Silva (2007, p.63) reforça que o ideal é hidratá-las com o auxílio de emolientes ou removedores de cutícula e empurrá-la em direção das próprias unhas. Os materiais utilizados nos cosméticos para unhas podem ser considerados sob dois aspectos: sua aplicação para a melhoria cosmética da unha; e seus efeitos colaterais, tanto na unidade ungueal quanto em sítios distantes. 3.3 Alterações Ungueais A pele e as mucosas possuem uma determinada permeabilidade, e este fator pode influenciar o seu contágio por microorganismos, sendo que a chance de contágios será ainda maior se a pele ou mucosas estiverem lesionadas, por exemplo, através da retirada do eponíquio que é uma forma de agressão e pode facilitar a penetração do microorganismo (SCHMIDLIM, 2005). As infecções fúngicas têm assumido uma grande importância devido ao aumento da incidência em pessoas com comprometimento imunológico. Cerca de mil das cem mil espécies de fungos descritos têm sido associadas a doenças em humanos e cerca de cem são capazes de causar infecções em pessoas saudáveis (HIRATA; MANCINI, 2002). As micoses são infecções causadas por dermatófitos, fungos que invadem apenas os tecidos queratinizados da pele ou de seus anexos (extrato córneo, unhas e pêlo). 3.3.1 Onicomicose De acordo com Lima; Rego; Montenegro (2007) onicomicose é a infecção fúngica que acomete as unhas das mãos e dos pés. Esta patologia pode ocorrer na matriz, no leito e na placa ungueal. Além de funcionar como porta de entrada para infecções disseminadas em pacientes imunocomprometidos, esta pode causar dor, desconforto, limitações físicas e ocupacionais freqüentemente sérias. Os efeitos psicológicos e emocionais que resultam dos aspectos clínicos da onicomicose são difundidos e têm um impacto significativo na qualidade de vida dos portadores. As formas clínicas de onicomicose dependem da porta de entrada e agente infectante. Entre os agentes etiológicos que causam estas lesões destacam-se as leveduras, os dermatófitos. O fungo afeta as unhas, e faz com que esta apresente uma coloração amarelada, e que com o tempo irá fazer com que a unha se separe do seu leito, e ganhe uma massa (farinha), ficando espessa, é o tipo mais comum de micose de unha encontrado nos salões de beleza, podendo ocorrer em uma ou mais unhas, com maior freqüência nos pés, mas também nas mãos. Lima; Rego; Montenegro (2007) ressaltam ainda que as onicomicoses podem ser transmitidas de forma direta, por contato pessoa a pessoa, ou indiretamente, por roupas de cama, vestuários, calçados e utensílios contaminados com propágulos fúngicos, que são originados do solo, liberados juntos com pêlos ou material de descamação da pele.
3.3.2 Onicocriptose É uma dolorosa afecção que aparece freqüentemente na altura da última falange do primeiro dedo (hálux). Denomina-se, vulgarmente como "unha encravada" (BANEGAS, 2006). Um dos problemas mais comuns encontrados pelo profissional manicure e pedicure é a onicocriptose (unha encravada), que de acordo com Bega (2006) significa “unha em cripta”, pode ser unilateral ou bilateral, e caracteriza-se pela incrustação de uma espícula (pedaço) da lâmina ungueal na pele adjacente, podendo ocorrer nas pregas periungueais, nos sulcos ungueais, no leito ungueal ou na extremidade distal do dedo (polpa digital). Tem diversas causas: má formação da unha, seu corte inadequado, calçados apertados, bico fino, salto alto e acidentes. O tratamento consiste em identificar a causa, orientar o paciente, remover a espícula fazer curativos até a cicatrização. Esse processo é feito por um podólogo. À manicure e pedicure cabe identificar, orientar e encaminhar para um profissional capacitado, o podólogo.
3.3.3 Onicofagia É o impulso irresistível de roer as unhas (Lâmina Ungueal). O ato de roer as unhas envolve o lado físico, estético e emocional de quem pratica. Pessoas que roem as unhas encontram nesse hábito, uma maneira de tentar controlar a ansiedade diante de situações difíceis, que envolvam tensão ou medo. Esse hábito geralmente é adquirido na infância, entre os 4 e 5 anos de idade. O ato de roer unhas na infância pode manifestar-se como alívio da ansiedade, solidão, inatividade, em crianças sem sentimento de segurança, amor e proximidade em seus relacionamentos. Muitos adultos que apresentam onicofagia sofrem de outras doenças psiquiátricas que não são diagnosticadas. Há diferentes sintomas clínicos, dependentes do grau de acometimento da unha pela injúria (DALANORA et al. 2007). Segundo Dalanora et al (2007), o indivíduo que teve esse hábito por muitos anos e conseguiu superá-lo de alguma maneira, provavelmente, tem o efeito ungueal comprometido. Geralmente, ele é mais curto que o normal e há o deslocamento permanente da lateral das unhas (onicólise) e como conseqüência disso, a fragilidade das mesmas em relação aos agentes externos. As unhas frágeis também pela pressão contínua sobre as mesmas, devido à força exercida sobre ela no ato de roê-las. A matriz também pode ser comprometida. O ato de roer unhas, por ficarem constantemente úmidas e com o leito e bordas lesionadas, tornam-nas portas abertas para infecções e fungos (DALANORA et al. 2007). Saber identificar e orientar o cliente a procurar ajuda de um profissional especializado.
3.3.4 Alergias Alergias podem se tornar manifestas através do uso de substâncias químicas. Existe uma ampla variedade de substâncias que produzem diversas mudanças na unidade ungueal. Substâncias acrílicas são perigosas por causa de seu solvente, o qual pode causar problemas para dentistas, cirurgiões ortopédicos, manicures e pedicures (unhas esculpidas). (BARAN; BERKER; DAWBER, 2000).
3.3.5 Pé diabético O pé diabético é um termo muito utilizado na prática médica diária e traduz sucintamente alterações que ocorrem nos pés decorrentes de complicações do diabetes. Segundo Kuhn (2006 p.1) Diabetes é uma doença transmitida geneticamente. Geralmente ocorre após os 35 anos, mas pode acometer crianças e adolescentes com obesidade severa. O diagnóstico é, freqüentemente, feito pelas complicações tardias degenerativas. O diabetes é uma doença associada a uma ampla gama de comorbidades e complicações, entre as quais se encontra o pé diabético, que foi uma das primeiras complicações crônicas do diabetes a ser reconhecida nos anos que se seguiram à descoberta da insulina. Joslin, em 1934 reconheceu que a gangrena diabética era uma ameaça para os pacientes diabéticos. Os diabéticos têm motivos muito especiais para cuidar de seus pés. Níveis elevados de glicose no sangue por um longo tempo podem levar à perda de sensibilidade e dificuldades na circulação do sangue nos pés, podendo resultar também em danos severos nos nervos periféricos. Com isso, é possível não perceber um sapato apertado ou mesmo não sentir queimaduras, cortes e machucados, facilitando o aparecimento de infecções (ORTO PAUHER, 2008). As infecções, por sua vez, interferem no bom controle do Diabetes. O cuidado diário dos pés é meticuloso e a escolha de um calçado pode ajudar a prevenir esses problemas. É necessária a inspeção diária dos pés, procurando rachaduras, bolhas, inchaços, feridas entre os dedos, inflamações ou qualquer mudança de cor. Recomenda-se a busca de auxílio de outra pessoa, caso não consiga realizar o auto-exame (ORTO PAUHER, 2008). Em virtude disto, é de fundamental importância o papel da manicure e pedicure que deverá orientar e encaminhar o cliente a fazer a higienização e cuidado de suas unhas dos pés e mãos com um profissional especializado, o podólogo.
4 FICHA DE ANAMNESE A palavra anamnese origina-se de ana = trazer de novo e mnesis = memória. Significa, portanto, trazer de volta à mente todos os fatos relacionados à doença e à pessoa doente. Em essência, a anamnese é uma entrevista, e o instrumento no qual nos valemos, é a palavra falada, que pode ser substituída em situações especiais por meio de gestos e da palavra escrita. Ela é desdobrada classicamente em identificação, queixa principal, história da doença atual, informação sobre os diversos aparelhos e sistemas, história mórbida pregressa e história familiar (PORTO, 2001).
4.1 Objetivos da Anamnese Estabelecer a relação profissional/cliente Obter os elementos essenciais da história clínica. Conhecer aspectos e características pessoais relacionados á saúde/estética. Obter os elementos para guiar o profissional nos serviços de manicure e pedicure Definir plano de atendimento para dar qualidade e segurança nos serviços de manicure e pedicure. Direcionar o profissional para o atendimento, respeitando a individualidade de cada cliente. Conforme Valdameri; Miranda (2007) as questões abordadas na anamnese que dizem respeito às diversas patologias não tem nenhuma pretensão de invadir a área médica ou outra área da saúde pública, nem a intenção de substituir estes profissionais, mas obter conhecimentos e discernimento para sugerir ao cliente que procure orientação especializada. 4.2 Elementos da Anamnese 4.2.1 Identificação A identificação é o início do relacionamento com o cliente. Adquire-se o nome, idade, sexo, cor (raça), estado civil, profissão atual, profissão anterior, local de trabalho, naturalidade, nacionalidade, residência atual e residência anterior.
4.2.2 Questionário As perguntas a serem feitas ao pacientes dividem-se em 3 tipos: abertas, focadas e fechadas. Perguntas Abertas - As do tipo abertas devem ser feitas de tal maneira que o paciente se sinta livre para expressar-se, sem que haja nem um tipo de restrição. Ex: "O que o Sr. está sentindo?" Perguntas Focadas - As focadas são tipos de perguntas abertas, porém sobre um assunto específico, ou seja, o paciente deve sentir-se à vontade para falar, porém agora sob um determinado tema ou sintoma apenas. Ex: "Qual parte dói mais?”. Perguntas Fechadas - As perguntas fechadas servem para que o entrevistador complemente o que o paciente ainda não falou, com questões diretas de interesse específico. Ex: "A perna dói quando o Sr. anda ou quando o Sr. está parado?". Para Santos (1999) mais do que o exame físico e os exames complementares, a anamnese é essencial para a formulação diagnóstica e para o estabelecimento das condutas profissionais que irão beneficiar o cliente. A anamnese é, ainda, o melhor caminho para o estabelecimento da boa relação profissional/cliente, indispensável na prestação do serviço de manicure e pedicure. A anamnese deve ser realizada de acordo com determinadas etapas, necessárias ao estabelecimento de ordem nas informações. A obtenção de uma boa anamnese requer certas qualidades e uma atitude primordialmente ética do entrevistador.
5 DESENVOLVIMENTO DO INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS O instrumento foi denominado Ficha de anamnese para pedicure e manicure, desenvolvido no período de 01 a 29 de abril 2008 e submetido ao processo de validação por 5 profissionais da área.
6 RESULTADOS Os resultados mais importantes obtidos após a aplicação da ficha de anamnese serão descritos a seguir: Dos cinco (05) profissionais consultados: Três (03) consideram relevantes as questões abordadas, pois possibilita traçar um perfil do cliente, coletando dados pessoais, informações sobre alterações ungueais, estética e preferências, facilitando dessa forma o trabalho do profissional, oferecendo um serviço de qualidade e segurança. Dois (02) não concordaram com a aplicação da ficha por manicures e pedicures, pois além da demanda de tempo para a aplicação, consideram procedimentos específicos para profissionais da área de podologia. Foi citado por um dos profissionais consultados que a ficha de anamnese auxiliará em eventos como datas comemorativas, promoções e marketing, oferecendo um serviço diferenciado. Outro ponto destacado por um dos profissionais, é que a aplicação da ficha de anamnese pelas manicures e pedicures torna o seu trabalho mais profissional, valorizando-o e impondo maior respeito pela classe.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS Atualmente a busca pela qualidade de vida tem aumentado diariamente, as pessoas estão cada vez mais preocupadas com a saúde e o bem estar. Nos estabelecimentos de beleza onde diversos serviços são oferecidos, não é diferente. A busca pelo aperfeiçoamento profissional juntamente com a constante reciclagem de conhecimentos e novas técnicas visam oferecer ao cliente e ao profissional uma qualidade de vida, com mais segurança e confiabilidade nos serviços prestados. Dentre estes serviços está o de manicure e pedicure, e neste segmento constatou-se a necessidade de aperfeiçoamento dos serviços com uma padronização de atendimento. Para que o profissional esteja preparado a atender o seu cliente com segurança e precisão foi elaborada a Ficha de Anamnese para o segmento Manicure\Pedicure. Dados de relevante importância fazem parte desta investigação e registro em seus aspectos pessoais, estéticos e de possíveis alterações do aparelho ungueal. É de fundamental importância, nos dias de hoje, com todos os recursos que são oferecidos (cursos técnicos, cursos de tecnólogos a nível superior, crescimento na área da pesquisa científica, literatura, etc) que os profissionais manicure e pedicure tenham conhecimento mais aprofundado em anatomia, fisiologia, patologia e alterações do aparelho ungueal. Isto vai permitir não apenas ao profissional manicurista realizar seu trabalho, mas também ser um agente de saúde, identificando possíveis doenças, e alterações do aparelho ungueal, podendo fazer o encaminhando do cliente a um profissional adequado para tratá-lo. Os profissionais que tiverem este conhecimento e bom senso, sem dúvida, vão se destacar e ajudar mais seus clientes, que em muitas situações desconhecem a origem e como cuidar de disfunções e alterações do aparelho ungueal. Conhecimento de tendências de moda, com cores, formas e estilos para serem utilizados em cada cliente devem ser reciclados e atualizados constantemente. Entender as necessidades e ansiedades do cliente faz parte da rotina diária do profissional manicurista. A resistência dos profissionais às mudanças é muito grande, visto termos antigos, ensinamentos e conceitos, mas a conscientização e a divulgação das formas corretas e atuais de manipulação e cuidado com os pés e as mãos dos clientes proporcionará a qualidade no atendimento, e crescimento na formação do profissional chamado atualmente de manicure e pedicure.

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- Uma viagem do mundo das ler/dort

Por Célia Wada e Osny Telles

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LER/DORT - A EPIDEMIA DA VIRADA DO SÉCULO HISTÓRICO: Trata-se de uma patologia que acomete as pessoas há muitos séculos. Sinais de osteofitose marginal em ossos de punhos e joelhos foram identificados em múmias de populações pré-hispânicas, que permaneciam de joelhos por tempo prolongado, executando movimentos de flexão e extensão dos membros superiores na atividade de moer grãos. Em 1700, Bernardo Ramazzini, médico, hoje considerado o PAI da Medicina Ocupacional descreveu afecções músculo-esqueléticas entre os notários, escribas e secretários de príncipes, acreditava ele, ser pelo uso excessivo das mãos no trabalho de escrever e relacionou, ainda, a vida sedentária, movimento contínuo e repetitivo das mãos e atenção mental para não manchar os livros . Essa patologia que mais tarde foi chamada de “câimbra do escrivão” ou “paralisia do escrivão”, segundo Ramazzini, era secundária a três fatores básicos que, em seu conjunto, influenciavam de maneira determinante o seu aparecimento. Eram eles: (da mesma forma que são hoje) Sedentarismo; Uso contínuo e repetitivo da mão em um mesmo movimento; Grande atenção mental para não borrar a escrita. Essa doença se caracterizava por uma sensação de parestesia dos membros superiores acompanhada por sensação de peso e fadiga nos braços, podendo, ainda, estar associada a dores cervicais e/ou lombares. A partir deste instante, estava descrita uma nova doença, que mais tarde, por possuir sintomas comuns, foi também descrita em inúmeras outras atividades. No ano de 1833 uma descrição de grande número de casos de trabalhadores acometidos por sintomas semelhantes aos já descritos por Ramazzini ocorreu na Inglaterra, nos anotadores do serviço britânico, sendo tal fato atribuído ao uso de uma pena de aço mais pesada. O primeiro evento de que se tem notícia de uma atividade ser considerada como causadora de uma doença profissional devido a movimentos rápidos e repetitivos data de 1908 quando, na Inglaterra, o serviço de saúde Britânico atribuiu aos telegrafistas uma nova doença denominada de “câimbra do telegrafista”, que tinha como sintoma principal a fraqueza muscular. Surgia, a partir deste momento, uma relação entre doença – lesão – incapacidade, sendo esta considerada pela Corte Britânica como passível de indenização. A criação e reconhecimento do conceito de doença indenizável em meados dos anos 70/80, fez com que verdadeiras epidemias destas doenças começassem a ser descritas em todo o mundo, estando as mesmas, sempre associadas a distúrbios emocionais e insatisfação pessoal ao trabalho ou no trabalho. Problemas de ordem emocional, associados a esta nova doença epidêmica e indenizável foram analisados pelo neurologista inglês William Gowers, que considerou estas manifestações clinicas não simplesmente como um problema ligado ao tipo de trabalho, mas sim, uma verdadeira neurose ocupacional. Em sua análise, William Gowers descreveu que, mais do que uma simples doença, apresentavam, seus pacientes, insatisfação com o trabalho, ansiedade, problemas familiares, instabilidade emocional, revolta e dificuldade de diferenciar o que verdadeiramente sentiam, daquilo que era irreal. Até os dias de hoje, inúmeras alterações ósteo-músculo-tendíneas são descritas como doenças secundárias a Lesões por Esforços Repetitivos (LER), sendo do conhecimento de todos, o grande número de casos de: Tendinites, Tenossinovites, Peritendinites, Capsulites, Bursites entre outros, diagnosticados como de ordem profissional. Os quadros compressivos de grupos musculares só foram enquadrados no rol das doenças descritas como LER, anos mais tarde. Verdadeiras epidemias de doenças diagnosticadas como LER ocorreram no Japão (anos 60 a 80) e na Austrália (anos 80) onde, segundo artigo publicado no – J. Rheumatology 16 (suppl. 19): 169-174:1989 com o título Medicolegal Aspects of Fibrositis Syndrome, Littlejohn, GO, analisa os fatores determinantes no aparecimento deste grande número de casos. Atribui ele que o grande aumento no diagnóstico desta doença ocorreu pela influência dos sindicatos, publicidade, facilidade na simulação dos sintomas e o oportunismo, associado ainda à deficiência e desconhecimento na abordagem diagnóstica da doença, e a possibilidade de um sistema de compensação financeira permissivo. No Brasil, a partir da metade dos anos 80, os números de casos de LER têm crescido de maneira assustadora, de tal forma que o INSS em sua publicação – Doenças Relacionadas ao Trabalho – Manual de Procedimento para os Serviços de Saúde, em seu capítulo 18 página 426, descreve: “No Brasil, o aumento da incidência de LER/DORT pode ser observado nas estatísticas do INSS de concessão de benefícios por doenças profissionais. Segundo os dados disponíveis, estes benefícios respondem por 80% dos diagnósticos que resultaram em concessão de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez pela previdência social em 1998. O mesmo fenômeno pode ser observado na casuística atendida nos CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), na rede pública de serviços de Saúde (Núcleo de Referência em Doenças Ocupacionais da Previdência Social- Nusat, 1998)”. Abordar casos de LER, hoje internacionalmente e em todas as línguas mais conhecidas de DORT, Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho, ainda é um problema de saúde de difícil solução. O número insuficiente de médicos e equipes multidisciplinares bem preparados e com formação holística (Medicina do Trabalho + Doenças Músculo Esqueléticas + Psicofisiologia, etc) faz com que diagnósticos sejam formulados erradamente, propiciando que trabalhadores afastados por doença não profissional ou mesmo indivíduos simuladores, passem a gozar de privilégios frente a trabalhadores honestos e normais, causando uma desmotivação ao trabalho e estímulo a novos afastamentos. SINTOMAS: Fadiga muscular: sensação de peso e cansaço no membro afetado; Alodínea (dor como resposta a estímulos não nocivos, que em princípio não deveriam gerar nenhum incômodo) de qualquer grupamento muscular; Dores, formigamentos, fisgadas; Câimbras; choques; Inchaço; Falta de firmeza nas mãos; Avermelhamento da pele, Calor localizado; Repitações (rangidos); Dormência; Perda de força muscular e dos reflexos; Cisto; Dificuldade para dormir; Tendinite e tenossinovite dos músculos do antebraço; Miosite/Fasciíte dos músculos lumbricais; Tendinite do músculo bíceps; Tendinite do supra-espinhoso; Inflamação do pronador redondo; Cisto gangliônico no punho; Estresse. Obs.: O estresse é um mecanismo normal do organismo que culmina com a secreção aumentada de alguns hormônios das glândulas supra-renais. Este mecanismo, necessário e benéfico para o organismo, faz com que o ser humano fique mais atento e sensível diante de situações de perigo ou produtoras de tensão, colocando-o em prontidão de defesa maior para se proteger. O estresse se torna prejudicial quando se transforma em um processo crônico, por tempo longo e sempre se repetindo. É aquele indivíduo que passa por diversas situações estressoras, freqüentemente no dia-a-dia, no trânsito, nas ruas, na profissão e em outras situações, conduzindo a manifestações doentias. Essas manifestações se exteriorizam através de alterações orgânicas e nas perturbações psicossomáticas. No ambiente de trabalho, algumas condições podem representar sobrecargas causadoras do estresse: as exigências e a vigilância no trabalho, a responsabilidade sobre os outros, o ambiente físico, a segurança do emprego, entre outros. DIAGNÓSTICO: O diagnóstico deve ser físico e, fundamentalmente emocional com análise de base, ou seja, análise do Laudo Ambiental (qualquer que seja o ambiente a ser estudado). Por meio de exame clínico há uma anamnese bastante direcionada. Os exames complementares normalmente não auxiliam de forma significativa o diagnóstico. A própria Norma Técnica do INSS a respeito das LER/DORT alerta para a ineficácia desses exames. A ultrassonografia, quando realizada em equipamentos acima de 10 Megahertz, tem auxiliado no diagnóstico de alguns casos. Outros aparelhos podem auxiliar o trabalho do médico, como a radiografia, a ressonância magnética, a cintilografia óssea, a tomografia computadorizada e a eletroneuromiografia. Hoje, a psicofisiologia também auxilia na análise e reabilitação de processos iniciais de LER / DORT A psicofisiologia estuda a base fisiológica das funções motoras especialmente no que se refere aos reflexos, à postura, ao equilíbrio, à coordenação motora e ao mecanismo de execução dos movimentos A ciência, e particularmente a Ciência Cognitiva, reconhece que o cérebro e todas as suas estruturas são a base de todo processamento de sensações, cognições, sentimentos e movimentos. Os mecanismos são intrinsecamente ligados e, apenas a análise multidisciplinar completa pode realmente detectar e auxiliar em determinados casos. Análises ligadas ao estudo do stress (físico, emocional). A publicação de Rapports du Physique et du Moral de l´Homme (1796 - 1802; Relações entre o físico e a moral do homem), obra de Georges Cabanis, precursor da psicofisiologia que viveu na segunda metade do século XVIII, preconiza o marco inicial da psicofisiologia. Essa disciplina progrediu lentamente até que, em 1929, o cientista alemão Hans Berger inventou a eletroencefalografia, técnica que permite registrar e interpretar as variações elétricas com sede no cérebro, cujos resultados são de utilidade para a medicina e para a cirurgia. A análise de um Laudo Ambiental elaborado de forma correta por uma equipe multidisciplinar e que utilize também de estudos psicofisiológicos pode, de forma surpreendente, detectar “RISCOS” jamais imagináveis em uma análise cartesiana pessoal. COMO SE ADQUIRE A LER (ou DORT): Como a própria designação já diz, as Lesões são causadas pela prática de Esforços Repetitivos, porém, não apenas a repetição dos esforços físicos, mas, principalmente a repetição, tipo e intensidade do estímulo que a vir a provocar uma LER, sem contar a associação psicofisiológica. -Trabalhos ou funções que exijam movimentos repetitivos. -Falta de período de descanso durante a jornada de trabalho. -Mobiliário e equipamento inadequado. -Repetitividade, excesso de movimentos, falta de flexibilidade de tempo e ritmo, -Exigência de produtividade, -ffalta de canais de diálogo entre trabalhadores e empresa, -Pressão das chefias para manter a produtividade, -Ambiente inadequado, -e mais uma série de fatores que devem ser analisados de forma holística pontual. Hoje se sabe que a má postura, seja na posição sentada ou de pé, principalmente sem descansos programados, pode ser considerada como o fator principal que pode vir a deslanchar uma LER. CARACTERÍSTICAS DAS LER/DORT: Nem toda dor corresponde à lesão. Sua fisiopatologia é relativamente bem conhecida e bem demonstrada. Ocasiona dor muito forte e costumam vir associadas, uni ou bilaterais. Inexistência de doença subjacente. Tratamento geralmente eficaz principalmente nas fases iniciais. Caráter cumulativo. Tendência ao agravamento com as recidivas e, muitas vezes. Irreversíveis. COMO SE PREVENIR OU EVITAR A LER/DORT: EM PRIMEIRO LUGAR – A CONSCIENTIZAÇÃO Sim! Para se evitar a LER/DORT o primeiro passo é a conscientização. Em qualquer lugar onde estiver é preciso lembrar: minha postura é minha “estrutura”. Nas pequenas ações, as grandes reações. Nos pequenos descuidos, os grandes prejuízos e com a coluna ou com nossos músculos e esqueleto, pode ser um prejuízo quase que irrecuperável. Estas doenças são previsíveis e como são consideradas uma doença do trabalho, uma lesão ocupacional, a maior parte da prevenção é feita apenas no local do trabalho esquecendo-se que é FORA do trabalho, principalmente quem mora longe e toma muitas conduções, trabalha ou estuda FORA do trabalho, pode adquirir grandes riscos às LER. Assim a prevenção deve ser para todas as atividades, inclusive de lazer. No trabalho A adequação ao posto de trabalho é fundamental adaptando o posto às características biológicas, psicológicas e físicas dos trabalhadores. A análise ergonômica do seu posto de trabalho é o determinante básico do seu desempenho, sua produtividade, sua saúde, sua qualidade de vida e a qualidade de vida da sua velhice. Isso é muito importante lembrar. -As pausas são importantes no trabalho, conforme prevê a NR-17, dentro e FORA do trabalho. -Desenvolver o PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional previsto pela Norma Regulamentadora número 07 do Ministério do Trabalho. -Alertar os trabalhadores quanto aos sintomas, incentivando-os a prestar atenção em suas limitações, orientando-os a buscar auxílio médico imediato. -Propiciar aos médicos que atendem aos trabalhadores um diálogo com a empresa, com o intuito de sugerir mudanças nas características do posto de trabalho, conforme determinam as Normas Técnicas do Ministério do Trabalho. -Ter atitude de amparo ao trabalhador com LER/DORT, tanto em relação ao tratamento como à reabilitação. -Ter uma política de prevenção, para que se evite o adoecimento de mais trabalhadores, conforme a NR-07. -Suprimir as horas extraordinárias. -Dar todo o suporte para o trabalho das CIPAs, inclusive em sua tarefa legal de analisar as causas de acidente do trabalho. -Fazer uma análise multidisciplinar do laudo ambeintal -"ENXERGAR" O PROFISSIONAL É necessário intervir desde os primeiros estágios de desenvolvimento do quadro clínico, não esperar a instalação e o desenvolvimento de incapacidades permanentes. Um dos indicadores da existência de problemas em postos de trabalho são as queixas de dor e formigamento, adormecimento, sentidas pelos trabalhadores. Toda empresa deveria incluir no serviço de saúde e segurança um programa de vigilância de LER/DORT. Nas pequenas ou médias empresas - como na maioria de nossas categorias - em que não se dispõe de pessoal especializado, podem-se formar pequenos grupos de pessoas interessadas no assunto, contratando-se depois assessores. Esses grupos seriam formados por profissionais ligados à saúde, segurança, relações humanas e os trabalhadores envolvidos no sistema. Aprenderiam a detectar os fatores de risco e realizar projetos de melhoria dos postos de trabalho. A prevenção de LER/DORT deve pressupor mudanças que atingem o modo de se trabalhar, as relações entre colegas, as relações com a chefia, a organização do trabalho. Assim, prevenção de LER/DORT não é sinônimo de mera troca de mobiliário. Em casa, no lazer, na escola e em qualquer lugar: Evitar esfregar roupas repetidamente; Evitar torcer roupas pelo método comum utilize as palmas das mãos ou o cano da torneira, rodando as pontas das roupas; Evitar segurar as panelas pelo cabo dê preferência às panelas de alça dupla e segure-as com a ajuda da outra mão; Procurar não lavar vasilhas e esfregar o chão; Evitar lustrar móveis, portas; Utilizar uma escada segura para limpar locais mais altos, evitando forçar os braços; Colocar os vasilhames em locais de fácil acesso; próximo ao corpo, evitar os locais muito baixo, abaixo de 60 cm do chão e acima dos ombros. Usar sempre uma escada ao retirar ou colocar um objeto que sem ela, estaria acima dos seus ombros; Procurar manter o seu corpo na vertical quando estiver lavando vasilhas ou roupas para não prejudicar sua coluna; Evitar agachar-se muitas vezes ao dia; Ao limpar o chão, dê preferência a espanador ou vassoura de cabos mais longos, se possível, usar os MOPs; Evitar carregar peso como bolsas muito pesadas ou sacolas de compras, utilizar, para isso um carinho; Evitar segurar na alça superior dos ônibus; Evitar fazer tricô, crochê e bordados. MANIFESTAÇÃO CLÍNICA: ESTÁGIO I: Sensação de peso ou desconforto nos membros, dor localizada que piora com o movimento. ESTÁGIO II: Dor tolerável, formigamento, piora com a jornada de trabalho, diminuição da produtividade, prognóstico favorável ESTAGIO III: Dor persistente, formigamento, diminuição de força muscular, perda do controle dos movimentos, queda acentuada da produtividade, prognóstico reservado. ESTÁGIO IV: Dor forte contínua irradiada para o membro afetado, diminuição de força, diminuição de sensibilidade, incapacidade para executar tarefas no trabalho ou doméstico, deformidades, atrofias, prognóstico sombrio ESTÁGIO V: Aumento da dor, perda de movimentos, perda total de força, atrofia irreversível, estágio incapacitante. FINALIZANDO Os números não são precisos na maioria dos países, mas a prevalência de casos é cada vez maior, contrariando uma expectativa da década de 80, quando se pensou que o trabalho repetitivo e suas repercussões na saúde diminuiriam com o avanço da tecnologia. Muitos países viveram situações semelhantes a esta vivida pelo Brasil nestes últimos anos, como por exemplo, o Japão na década de 70, países escandinavos e Austrália, na década de 80. Nos Estados Unidos, por exemplo, há um aumento extremamente significativo das LER/DORT. Nos EUA, em 1981, foram constatadas 22.600 freqüências da LER, que significava, na época, 18% entre as doenças ocupacionais. Em 1994 foram registradas 332.000 freqüências, o equivalente a 65% das doenças ocupacionais. No Brasil, é a segunda causa de afastamento do trabalho. Somente nos últimos cinco anos foram abertas 532.434 CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) geradas pelas LER/DORT sem contar os trabalhadores que pleiteiam na Justiça o reconhecimento do nexo causal, em milhares de ações movidas em todo o País. A cada 100 trabalhadores na região Sudeste, por exemplo, um é portador de Lesões por Esforços Repetitivos. As LER/DORT atingem o trabalhador no auge de sua produtividade e experiência profissional. Existe maior incidência na faixa etária de 30 a 40 anos, e, as mulheres são as mais atingidas. De acordo com o exame periódico realizado em 1998 pela Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil), 26,2% dos funcionários do Banco do Brasil apresentavam algum sintoma de DORT. As categorias profissionais que encabeçam as estatísticas são bancários, digitadores, operadores de linha de montagem, operadores de telemarketing, secretárias, jornalistas, entre outros. Somente no primeiro ano de afastamento do funcionário, as empresas gastam cerca de R$ 89.000,00 (oitenta e nove mil reais), por caso. A jornalista Maria José O´Neill, que contraiu e estudou a doença, se tornou uma especialista no assunto afirma: “Não existe um melhor método para se tratar a LER. É o conjunto de tratamentos - RPG, fisioterapia, acupuntura, hidroterapia - que faz o quadro clínico da LER regredir. Dentro da ortopedia a metodologia mais indicada seria a fisioterapia, mesoterapia - técnica de injetar nos tecidos subcutâneos antiinflamatórios, relaxantes musculares, misturados com algum analgésico. E a RPG - Reeducação da Postura Global: fisioterapia baseada em exercícios de alongamento.” Nossas categorias são formadas por 60% de mulheres. Maria José O´Neill fala da feminilização do risco da LER/DORT: “As mulheres têm dupla jornada de trabalho, são perfeccionistas. Por exemplo, um caixa de banco e uma bancária com o mesmo posto de trabalho, se derem diferença no caixa, o homem manda descontar do seu salário e a mulher prefere ficar até encontrar o erro.” Em virtude de todas essas abordagens problemáticas e que trazem um grande ônus a toda população mundial, desde 2000, o último dia do mês de fevereiro, é considerado Dia Internacional das Lesões por Esforços Repetitivos (LER), ou Distúrbios Ósteo Musculares Relacionados ao Trabalho (DORT) como são conhecidos, agora, no Brasil. Trata-se de um marco de extrema relevância. É a primeira vez na estória que uma doença profissional (LER) passou a ser considerada como questão de saúde pública mundial. Uma coisa é certa: a única saída para a chamada epidemia da virada do século está na prevenção, pois sua cura, tratamento e reabilitação são muito demorados, custosos e, quase sempre irreversíveis. Felizmente, um programa adequado de prevenção com base na Ergonomia de conscientização simples, sem muitos devaneios e muitas elucubrações, pode prevenir de forma significativa todos os problemas. Célia Wada Osny Telles Orselli

A ginastica do gato.

A Ginástica do Gato Por Eng. Osny Telles Orselli Alterar tamanho da fonte: A+ | a- Se você não pode, por qualquer motivo, seguir a ginástica sugerida pelo Programa Punho Seguro ou não contratou um profissional fisioterapeuta para a sua empresa, não deixe pelo menos de fazer a ginástica do gato! Mesmo com a ginástica laboral que é altamente recomendada, você pode e deve continuar com a ginástica do gato. Você já reparou o que faz um gato? Ele espreguiça, alonga e boceja. Na realidade ele está SEMPRE fazendo ginástica em intervalos regulares. Assim, a cada hora, levante-se e tente se espreguiçar, esticando os braços, os dedos, as unhas, como o gato faz. Não esqueça de bocejar e fazer aquela esticada. Faça a cada hora. Você já reparou quantos litros de água bebe diariamente? E que o bebedor de água fica longe de seu posto de trabalho e você só se lembra de tomar água no fim do dia? Você já reparou que ao olhar para o bebedouro, para uma garrafa d água, você sente sede e vontade de tomar água? (Esta é a razão dos anúncios de refrigerantes e águas, sempre, mostrarem o produto líquido). Coloque uma garrafa de água de plástico em sua mesa de trabalho com o seu nome e a palavra gato no seu rótulo. Enche-a de água toda a vez que ela estiver vazia. Você vai perceber que ao olhar para a garrafa, sentirá sede e, beberá água, com freqüência, proporcionando ao seu corpo uma hidratação salutar, principalmente se o seu ambiente de trabalho for muito frio, com ar condicionado. Ao beber desta água, lembre-se de aproveitar para fazer a ginástica do gato. A Ginástica do Gato não levará mais do que poucos segundos e não atrapalhará o seu trabalho. Ao contrário, você se sentirá muito melhor ao longo do dia, ao fim do dia e ao chegar em casa. Você estará aumentando sua produtividade, ganhando mais para sua empresa ou para o seu trabalho, e ainda, aumentando sua qualidade de vida. Você sentirá os efeitos já na primeira semana. Sendo assim vamos ao miau!!! Divulgue o "miau" em seu ambiente de trabalho, ao seu chefe, e não esqueça do "miau" em casa, nos fins de semana e em todas as suas atividades... Atenção: O ideal é ter um profissional com especialização na área para ministrar exercícios próprios, para cada tarefa, mas na sua falta, pelo menos use o seu "miau"!

Doenças das mãos e pés

  • Gota
  • Reumatismo de gota É uma alteração hormonal devido ao descontrole do metabolismo das purinas, que são componentes da proteína. Ocorre no fígado e leva a um aumento de ácido úrico no sangue. É uma patologia decorrente de problemas no metabolismo do fígado. São depositados pequenos cristais de urato nos tecidos. Quando os cristais aumentam começa a saturar, empedrar e esse acúmulo se depositam nas cartilagens e sob a pele (tofos- fig.1), de consistência pastosa, destrói o osso, pois é um ácido. O reumatismo de gota é chamado também de artrite aguda, ela pode ser primária ou secundária, se for primária é de origem hereditária se for secundária é resultado de insuficiência renal, causando infecção ou ação medicamentosa, pois, aumenta o metabolismo no sangue. Podemos dizer que o ácido úrico está em nível elevado quando está maior que 7,0 mg/dl para os homens e 6,0 mg/dl para as mulheres. É mais comum em homens adultos, apenas 5 % são mulheres. A artrite gotosa aguda é a 1ª manifestação da doença. As articulações dos pés (fig.2) são as mais atingidas por não terem proteção. Os principais sintomas são dores nas articulações, principalmente, na 1ª articulação metatarsofalangiana, nos tornozelos e no calcanhar. Os primeiros sintomas duram de 3 a 4 dias e se não for feito um tratamentos desde as primeiras manifestações, as crise iram se repetir e poderão chegar às articulações dos joelhos, punhos e dedos das mãos (fig.3). A gota tofácea crônica se manifesta em pacientes não tratados, os depósitos de urato aparecem em: cartilagens, tendões e bolsas (fig.4). Os tofos que aparecem sob a pele são: indolores , limitam os movimentos e podem romper a pele formando úlceras. A nefrolitíase é a formação de cálculos de urato e ácido úrico nas vias urinárias. Como opções de tratamentos nas crises são usados antiinflamatórios e controle constante do ácido úrico no sangue. Existem alguns fatores que podem desencadear uma crise de gota. São eles: ingestão de bebida alcoólica, alimentos que aumentam o ácido úrico (espinafre, tomate), algum trauma e diuréticos. Uma dieta balanceada, sem calorias, gorduras, álcool e frutos do mar, ingerir bastante água e tratar de doenças como a hipertensão arterial e o diabetes ajuda muito o paciente portador dessa patologia. O Reumatologista é o profissional indicado para acompanhar esse paciente. Fonte de pesquisa e fotos: Internet