sábado, 28 de abril de 2012
Ergonomia Palavra de origem grega, onde ergo significa trabalho e nomos significa regra, é o estudo da interação do homem com seu meio ambiente, (trabalho – equipamentos) para que haja maior produtividade, conforto e segurança aos funcionários com menor prejuízo físico. A ergonomia é também considerada como a Ciência do Conforto, porém ela vai muito além disso, pois na realidade ela é a palavra chave na “Prevenção da Lesões por Esforços Repetitivos”, com extrema importância nos dias de hoje dentro do mundo empresarial. Na realidade, o design e a utilização inadequada dos equipamentos e mobiliários dos postos de trabalho, ocasionam efeitos deletérios à saúde física e mental dos trabalhadores. Um programa preventivo cuida do treinamento dos funcionários através de palestras de conscientização, elaboração de exercícios físicos, orientações e correções posturais, além da análise e correções ergonômicas dos postos de trabalho no intuito de evitar os problemas e prejuízos descritos anteriormente. Dessa forma, empresas que adotam os programas de prevenção e ergonomia, se tornam mais competitivas por sua qualidade, produtividade e segurança.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
quinta-feira, 19 de abril de 2012
terça-feira, 17 de abril de 2012
DOENÇAS DOS PEZINHOS
seção livre | ||
"Doença dos pezinhos": o mal que vitimou Eça de Queiroz | ||
A “Doença dos Pezinhos”, que deixa os pés flácidos e sem comando é um mal neurológico e genético, até hoje sem cura, com o nome científico de paramiloidose ou polineuropatia amiloidótica familiar. Os pacientes têm de complicações cardíacas a intestinais que os levam à morte. A doença atinge habitantes do norte de Portugal, especialmente de Póvoa do Varzim e seus descendentes. Pelo mundo, o seu trajeto foi o das caravelas – a doença existe no Japão, onde os jesuítas estiveram nos séculos XV e XVI; na Irlanda, em cuja costa uma esquadra portuguesa lutou contra os espanhóis; na Suécia, onde os navegadores portugueses chegavam para trocar cargas de sal por bacalhau; no Canadá, onde havia pescadores portugueses; e no Brasil. A doença surge em adultos sem distinção de sexo, a partir dos 30 anos, provocando degeneração de todos os nervos periféricos, a começar pelas mãos e pés. Como há diarréia crônica - porque o doente não tem controle sobre a musculatura esfincteriana - o emagrecimento é brusco e há necessidade de medicamentos capazes de repor a gordura fecal. Há ainda perda progressiva de sensibilidade ao calor e ao frio, resultando em ferimentos graves. | O destino fatal do paciente é a cadeira de rodas e morte precoce. Durante muitos anos foi confundida com “lepra” e com a tuberculose intestinal. A curiosidade e o espírito científico do Dr. Corino de Andrade permitiram detectar a “Doença dos Pezinhos”, quando lhe surgiu o primeiro caso, oriundo de Póvoa do Varzim. Em 1952, publicou o primeiro trabalho no mundo sobre o assunto. Eça de Queiroz nasceu em Póvoa de Varzim, lutou durante 16 anos com uma “tuberculose intestinal” iniciada quando completou 39 anos e morreu aos 55 anos, depois de se queixar, amargamente, do “pobre estômago, cansaço nos pés e sentimento de inércia”. Estes sintomas levaram biógrafos recentes do escritor a indicar como causa real de sua morte, não a tuberculose intestinal, mas a !”doença dos pezinhos”. Adaptado do artigo de Norma Couri e Helite Vaistman publicado no JORNAL DO BRASIL Dr. Sérgio Viana |
PÉ GERIÁTRICO
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Abordagem e tratamento to Pé Geriátrico | ||
A Organização Mundial de Saúde define como IDOSOS os indivíduos com faixa etária acima dos 65 anos de idade. Considerando o fato de que os pés sofrem uma carga acentuada durante um período tão longo, aguçou-nos a curiosidade em sabermos em que condições se apresentariam os pés, após 65 anos de vida. Em um censo realizado nos EUA, em 1990, existiam 30.3 milhões de americanos com idade acima de 65 anos e a estimativa que até o final do século somem um total de 40 milhões de idosos. No Brasil com população de 150 milhões e uma predominância de jovens, reduziríamos para 10%, perfazendo uma população equivalente a 15 milhões de idosos. Como sabemos que cerca de 80% dos pacientes idosos referem pelo menos uma queixa relacionada aos pés, temos um universo de 12 milhões de pacientes geriátricos. Analisando suas queixas principais encontramos 50% associadas a calos ou calosidades, 25% provocadas por joanetes ou deformidades dos dedos dolorosas e 25% com complicações das unhas. A abordagem do paciente geriátrico deve ser vista com reserva e cuidados especiais, diferente do tratamento utilizado para os pés infantis ou do adulto jovem, em que a sobrecarga é maior e mais intensa, sendo que nos idosos a demanda é menor e mais restrita. A marcha do idoso é de 25% a 33% diminuída em relação à marcha do adulto ativo e é provocada por retardo da força do retropé, no momento de apoio do calcanhar, antes do contato de todo o pé contra o solo. Os pés geriátricos possuem características próprias como a presença de pele seca, fato que predispõem esses pés ao aparecimento de fissuras, propiciando a invasão de bactérias e surgindo a | infecção. Após os 65 anos ocorre uma degeneração do sistema músculo esquelético e nos pés surge uma deteriorização com diminuição do tecido subcutâneo e da vascularização periférica, acompanhadas por atrofia do coxim plantar. A nossa postura como ortopedista frente ao paciente geriátrico deve ser benevolente, levantando em consideração seus medos e esperanças, radicalmente opostos aos demais pacientes adultos. A deambulação sem dores nos pés, corresponde para muitos idosos, a uma vida própria totalmente independente de outras pessoas, equivalendo a tão almejada liberdade. Através desta ótica, de que as extremidades inferiores dolorosas possam se tornar obstáculos para a independência desses indivíduos, a abordagem e tratamento desses pés deverá ser mais conservadora, podendo até aceitar deformidades, que tratadas com órteses ou calçados adequados, permitam a marcha limitada, porém independente. O conceito sobre órteses e próteses deve ser intensificado, objetivando o alívio das áreas de pressão, com o uso de calçados e palmilhas, confeccionados sob molde com materiais leves, macios e almofadados. Os atos cirúrgicos ficam reservados para os casos graves e incapacitantes, como nos pés diabéticos, síndrome do túnel do tarso ou disfunção do tibial posterior entre outros, necessitando cuidadosa avaliação clínica e laboratorial, sem esquecermos os altos riscos de complicações cirúrgicas, presentes nos pacientes idosos. Antonio Augusto Couto de Magalhães | |
Hálux Rígido | ||
É uma patologia freqüente, de pouco diagnóstico e difícil resolução. Devemos Ter em mente que essa patologia tem três características patognomônicas: a primeira, a diminuição da flexão dorsal da MTF; a Segunda, nem sempre presente, que é a hiperqueratose plantar sob a cabeça do V metatarso e a terceira, a osteofitose dorsal na articulação MTF. Existem várias formas de tratamento, mas com algumas restrições. Inicialmente, devemos sempre tratá-lo de forma conservadora pelo tempo mais prolongado possível. Não evoluindo bem conservadoramente com AINH e fisioterapia, recorre-se ao tratamento cirúrgico. As cirurgias mais utilizadas são: a queilectomia, a cirurgia de Keller Brands e a artrodese da MTF. A meu ver, as duas últimas não tem resultados satisfatórios. Assim sendo, iniciando uma série, usando a cirurgia de Renoir-Valenti, que consta do seguinte: acesso convencional de pele e tcsc; ressecção de cunha óssea de base dorsal na articulação MTF; mantêm-se o espaço com grampo de Blount; capsulorrafia. Posteriormente, o paciente é submetido a fisioterapia. Mauro Luiz Fuchs | ||
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TUNGIASE
oenças Dermatológicas | ||||||||||
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AVC
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Artritr Reumatóide
como eu trato | ||
Artrite Reumatóide | ||
O diagnóstico da A.R. é baseado nos achados clínicos, laboratoriais e radiográficos. Em 17% dos pacientes com A.R. a primeira manifestação da doença é no antepé, que pode ser assimétrica e com a progressão do quadro acomete outras regiões do pé. Na A.R. há a prevalência do sexo feminino na proporção de 3/1 e o acometimento do pé e tornozelo é de 21% no primeiro ano de evolução, chegando a 90% dos pacientes em 10 anos. O antepé é mais freqüentemente atingido (70-90%) seguido do retropé (25%) e tornozelo. A prevalência da doença nas partes moles é de 7-15% no tendão Aquiles, 7-15% na fáscia plantar, 3-10% neuropatia e 13% no tendão tibial posterior. O “STRESS” mecânico (marcha) sobreposto à desnutrição articular gradual pela sinovite crônica, leva à distorção da anatomia e graus variáveis de deformidade. A gravidade e a rigidez dependem do tempo de evolução da doença, levando a um desconforto progressivo com os calçados. A marcha do paciente com A.R. é característica, com os pés arrastados, queda do arco longitudinal (em aproximadamente 50% dos pacientes) e graus variáveis de valgo do retropé. No antepé, a solicitação constante em dorsiflexão nas articulações metatarsofalângicas durante a marcha levam a uma subluxação progressiva e as cabeças dos metatarsais desviam em direção plantar, deslocando o coxim gorduroso e formando calosidades dolorosas. O desbalanço entre a musculatura intrínseca e a extrínseca levam à flexão das articulações interfalângicas e quanto mais contraturas, maior rigidez das dedos menores. Os objetivos do tratamento cirúrgico na A.R. são restaurar o padrão de apoio normal, garantir estabilidade, restabelecer o alinhamento, melhorar a propulsão na marcha e promover a utilização de calçados convencionais.O tratamento conservador é fundamentalmente medicamentoso associado à modificação da calçado que | deve ser mais macio e largo para conter os dedos; o solado com capacidade de absorção de choque e formato em mata-borrão para facilitar o desprendimento na marcha. Na sinovite crônica resistente, após pelo menos seis meses de tratamento conservador, podemos indicar a sinovectomia, objetivando interromper a destruição articular que ocorre na fase proliferativa do tecido sinovial. Nas deformidades fixas podemos indicar as ressecções artroplásticas ou as artrodeses modelantes. Antepé: ressecção das cabeças metatarsais (via plantar ou longitudinal dorsal) associada com artrodese da I.F.P. nas deformidades em garra rígidas dos dedos laterais, mantendo-se a fórmula metatarsal I=II>III>IV>V. No hálux, a ressecação artoplástica (Keller econômico) é indicado em pacientes idosos e sedentários, entretanto essa técnica pode apresentar deformidade residual e perda de força na produção da marcha. Em pacientes mais jovens e ativos podemos indicar a artrodese da IMTF (posição ideal: 15% valgo e 20% dorsiflexão) que resulta num pé mais estável e de melhor desprendimento à deambulação, mas com maior incidência de complicações tais como: consolidação viciosa, retardo de consolidação e pseudoartrose. Retropé: há uma grande incidência de disfunção do tendão tibial posterior e a deformidade em valgo leva freqüentemente a alterações degenerativas secundárias na articulação talo-navicular. Portanto, está indicada a artrodese tripla que oferece maior estabilidade e durabilidade. A A.R. atinge a articulação tibiotalar em 9% dos pacientes e nos casos avançados a indicação de escolha ainda é a artrodese pela falta de consistência dos resultados das artroplastias, que são bons inicialmente, mas se deterioram em pouco tempo. Túlio Diniz Fernandes |
JOANETES (hálux valgo)
Caio Nery
Generalidades
Os joanetes, denominação popular da deformidade do Hálux Valgo, consiste no desvio lateral do grande dedo (desvio da falange proximal do hálux sobre a cabeça do primeiro metatársico).À medida em que se estabelece este desvio, vários outros, secundários, vão se instalando:
A. ocorre um deslocamento lateral dos tendões flexores e extensores e dos ossículos situados sob a cabeça do primeiro metatársico de forma que o hálux torna-se insuficiente.
B. começa a haver, por ação da pressão do calçado, um alargamento da porção interna da cabeça do metatársico formando uma saliência óssea globosa (exostose) que costumeiramente se denomina "joanete". Sobre essa exostose, forma-se uma bolsa sinovial sujeita a processos inflamatórios ou infecciosos (bursites) extremamente dolorosos.
C. os tecidos capsulares mediais tornam-se alongados e os laterais tornam-se encurtados ocorrendo, com o tempo, um enrijecimento destas estruturas na posição defeituosa.
D. os dedos laterais, principalmente o segundo, passam a sofrer a ação do grande dedo deslocado lateralmente e podem sofrer luxações dorsais, ventrais ou desvios laterais.
Enquanto cresce a deformidade, aumenta a exostose na face medial da cabeça do metatársico e agravam-se a bursite e a dor. A articulação metatarso falângica vai sendo luxada lateralmente até o ponto de completa incompetência do grande dedo que vai sendo gradativamente excluído da marcha e sobrecarregando os dedos laterais.
Este estado pode ser notado pelo deslocamento progressivo do segundo dedo (e muitas vezes dos demais) e pelo aparecimento de calosidades plantares sob as cabeças dos metatársicos laterais.
Causas
O Hálux valgo pode ser produzido pela ação direta dos calçados de pontas estreitas e saltos altos que forçam uma estrutura trapezoidal (o ante pé) a permanecer em um continente triangular (câmara anterior dos calçados). A elevação dos saltos, desloca o peso corporal para a frente do pé de forma a atuar como um agente de reforço para a produção da deformidade.
Outra causa freqüente é a presença de um desvio congênito do primeiro metatársico (metatarso primo varo), que torna o ante pé largo. Quando o pé é calçado, mesmo em sapatos não tão apertados, há uma desproporção entre o conteúdo e o continente e o grande dedo é empurrado lateralmente. Esta forma de Hálux Valgo, aparece já no início do desenvolvimento do indivíduo - até em crianças - e recebe a denominação de Hálux Valgo Juvenil.
Os pés planos valgos do adulto podem, por propiciar uma marcha inadequada sobre a borda interna dos pés, produzir um deslocamento lateral do hálux gerando toda a gama de alterações características do hálux valgo. As doenças articulares ou neurológicas que produzam desequilíbrios neuro-musculares dos pés podem também culminar com a produção de quadros completos da deformidade.
Os processos inflamatórios resultantes das artrites (Artrite Reumatóide, Artrite Psoriática, Gôta Úrica, etc...) são importantes causas na gênese desta deformidade sendo as responsáveis, dentre todas, pelos casos mais graves.
Clínica
O paciente, geralmente do sexo feminino (5 mulheres:1 homem), adulta da 4a. ou 5a década, refere dor na região da exostose e bursa ou sob as cabeças dos metatársicos. A queixa da deformidade, só quando muito acentuada ou nos pacientes mais jovens, predomina sobre a dor.
Os fatores que acompanham mais freqüentemente o hálux valgo são as hiperqueratoses plantares (calos plantares) com metatarsalgias (dores na região anterior do pé) e as sub-luxações e luxações do segundo dedo. Quando estas ocorrem, acrescentam-se às queixas originais, as específicas destas deformidades acessórias.
Tratamento:
Não há método conservador que sirva para o tratamento da deformidade já instalada de hálux valgo. O uso de afastadores interdigitais ou toda sorte de inventos não se mostrou eficaz para a redução das diversas anormalidades desenvolvidas pela deformidade.
O tratamento conservador (uso de calçados especiais com câmara anterior ampla e palmilhas de acomodação, tratamento das bursites e calosidades dorsais e plantares) restringe-se à prevenção do aparecimento do quadro completo, visa impedir a progressão ou apenas dar suporte àqueles pacientes que não disponham de condições gerais ou locais para serem submetidos ao tratamento cirúrgico.
Nas crianças e adolescentes portadores de Hálux Valgo, indicamos a utilização de aparelhos noturnos (órteses plásticas confeccionadas sob medida) para evitar a progressão do quadro. Estudo realizado na UNIFESP - Escola Paulista de Medicina, demonstrou que não se consegue corrigir a deformidade já instalada mas evita-se a rápida progressão dos desvios enquanto amadurece o aparelho locomotor. Vários pacientes tratados por este método durante a juventude, optaram pelo tratamento cirúrgico definitivo em função da dor e do temor do agravamento do incômodo.
São inúmeras as técnicas descritas na literatura médica para o tratamento do Hálux Valgo. O critério de escolha de uma destas técnicas e sua aplicação, dependem da análise do quadro clínico, das radiografias e do estabelecimento de metas e objetivos do paciente em conjunto com seu médico.
É imprescindível o estudo detalhado de cada caso e a apresentação criteriosa das possibilidades terapêuticas possíveis. O conhecimento, por parte do paciente, de todos os prazos, dificuldades e restrições que ele deve enfrentar durante o período de tratamento e recuperação bem como das limitações impostas pela gravidade de sua deformidade, são preponderantes para que seja atingido o mais elevado grau de satisfação.
Dicas
1. Não há método de tratamento (conservador ou cirúrgico) que se aplique a todos os graus desta deformidade. Existem linhas de conduta que devem nortear o médico na escolha adequada do tratamento para cada caso em particular.
2. Não devemos subestimar o complexo de deformidades que compõem o quadro conhecido como Hálux Valgo. Não se trata de patologia de fácil resolução e a escolha da tática de tratamento adequada depende da experiência e formação do ortopedista. Esta é a principal razão pela qual deve-se optar pelo especialista em Medicina e Cirurgia do Pé para o tratamento destas afecções.
3. Não se deve, por outro lado, deixar levar pelas estórias de pacientes insatisfeitos ou infelizes com seus tratamentos dos joanetes. O progresso da tecnologia e os avanços da Medicina, introduziram novas técnicas e equipamentos que melhoraram grandemente os resultados mais recentes. É imperativa a escolha de pessoal atualizado e especializado na Medicina e Cirurgia do Pé a fim de evitar surpresas e acabar, de uma vez por todas, com a má fama que é atribuída popularmente tratamento do Hálux Valgo.
Pé Torto Congênito
Caio Nery
Generalidades
O capítulo de deformidades congênitas dos pés é muito extenso e constitui-se em assunto bastante árido. O tratamento e a evolução destas deformidades vem sendo alterados com os progressos da cirurgia, mas ainda não são animadores, excessão feita aos pés tortos congênitos.Dentro deste grupo há quatro patologias mais importantes que passaremos a descrever sumáriamente. É importante sua divulgação pois o tratamento deve ser levado a cabo em idade bastante precoce (primeiros meses de vida) já que disto depende, em grande parte, o sucesso da correção e o prognóstico geral do paciente.
Pés Equino Varos
Quando alguém se refere ao pés tortos congênitos, freqüentemente está querendo citar esta variante de patologia. Os pés são comparáveis a tacos de golfe tal a deformidade que apresentam. O retro pé (região posterior do pé) está em equinismo (flexão) e varismo (inclinação interna) acentuados, o médio pé (porção média do pé) está rodado internamente e exibe um cavismo (arqueamento) intenso e o ante pé (porção anterior do pé) é francamente aduzido (inclinado internamente). Existem várias gradações e tipos, podendo incidir tanto uni quanto bilateralmente. A patologia é grave e o tratamento deve ser iniciado nos primeiros dias de vida. Inicia-se com gessos e cunhas, através dos quais vai-se "desenrrolando" o pé de sobre si mesmo. As botas gessadas são trocadas semanalmente e as cunhas (recortes no gesso que forçam mais a posição de correção) são realizadas também semanalmente. O tratamento se prolonga por 5 a 6 meses e aproximadamente a terça parte dos casos necessita de pelo menos uma cirurgia para que se obtenha o apoio normal dos pés. O defeito inicial restringe-se às partes moles (tendões e cápsulas articulares) mas com o progredir do tempo, se deixados ao acaso, surgem deformidades ósseas de dificílima correção. Vários métodos cirúrgicos têm sido preconizados para o tratamento dos pés tortos congênitos. Na UNIFESP- Escola Paulista de Medicina adotamos a técnica de V. Turco utilizando-nos da incisão de Cincinatti. Os casos inveterados (que não receberam qualquer tipo de tratamento) acabam andando sobre a face lateral do pé onde surge uma "falsa sola", globosa e grosseira, para suportar a descarga de peso do corpo.
Pés Metatarsos Varos
Nesta deformidade, apenas o ante pé está aduzido (desviado internamente) com relação ao restante do pé. Trata-se de uma deformidade um tanto mais benigna que se resolve freqüentemente com o tratamento com gessos e cunhas. Igualmente ao pé equino varo, precisa ser tratada logo que diagnosticada. Quando muito resistente ou quando não tratada, necessita de cirurgia que, através da liberação de partes moles ou pela realização de osteotomias, promove o alinhamento do eixo longitudinal do pé.
Pé plano valgo congênito ou Pé talo vertical
É uma patologia grave mas, felizmente, mais rara. Nela, o talo (osso do pé que se articula com a perna) encontra-se em franco equinismo (flexão plantar) e há uma luxação fixa, rígida, do osso navicular do tarso sobre o colo do talo, que impede a redução da deformidade principal. O formato do pé é de um mataborrão com a sola convexa e o calcâneo fazendo protrusão para trás. É bastante incapacitante para a criança e raramente responde ao tratamento conservador. A cirurgia para a correção desta deformidade é bastante difícil e só resulta em benefício na mão dos cirurgiões mais experientes.
Pé calcâneo valgo
Verregas Plantares
Caio Nery
Jorge M. Mizusaki
Generalidades
As verrugas resultam da ação do Papiloma Virus Humano nas células epiteliais e, por sua alta freqüência, assumem importância na prática médica diária.Sua localização plantar (Verrugas Plantares) é aproximadamente 15 vezes menor do que em outras regiões (Verrugas comuns) mas, por situarem-se em área de descarga do peso corporal, as verrugas plantares tornam-se extremamente dolorosas e incapacitantes.
A inoculação do vírus, através do contato ou escarificação, pode produzir a disseminação da doença no mesmo indivíduo ou em indivíduos diferentes. O período de incubação varia de 1 a 21 meses (média de 4 meses). Não se conhece a verdadeira taxa de inoculação natural da doença mas, em laboratório a taxa de inoculação é bastante alta. As maiores taxas de infecção são observadas entre os adolescentes e adultos jovens, principalmente nos grupos que exercem atividades comunitárias (piscinas públicas, escolas e quartéis).
Estudos populacionais demonstram que 50% das lesões verrucosas involuem espontaneamente em prazo de 1 ano e 75% desaparecem, mesmo sem tratamento, durante o segundo ano de evolução.
Clínica e Diagnóstico
A maioria dos pacientes procura auxílio médico por causa da dor. Grande parte das verrugas plantares se instalam na pele que recobre proeminências ósseas por serem as regiões mais sujeitas às escarificações, por onde ocorre a inoculação do vírus (87%).
A pressão exercida pelo peso do corpo contra o calçado ou solo estimula a hiperqueratose com a qual a dor está diretamente relacionada.
As verrugas diferenciam-se dos calos comuns por apresentarem uma rica rede de capilares que se superficializam próximo ao centro da lesão. Quando estes capilares estão trombosados, apresentam-se escurecidos, dando à lesão um aspecto rendilhado. Quando escarificadas, as verrugas apresentam sangramento central.
As verrugas plantares podem se apresentar como lesões únicas ou em "mosaico", sendo que uma das lesões (geralmente a maior) é denominada "verruga mãe" e as demais "verrugas filhas".
O diagnóstico é basicamente clínico e os exames de laboratório pouco podem ajudar restanto a biópsia para o esclarecimento definitivo nos casos duvidosos.
Um dado clínico de importância prática na diferenciação de uma verruga plantar com um calo comum é o tipo de dor que estas lesões apresentam: as verrugas apresentam dor intensa quando são comprimidas lateralmente sendo relativamente indolores à compressão central; os calos simples são mais dolorosos à compressão central.
Tratamento
Costumamos abordar as verrugas plantares através do uso de palmilhas dotadas de zona de descarga para as áreas dolorosas (orifícios preenchidos com espumas macias) combinado com medidas físicas e químicas para a escarificação do centro da lesão.
Realizamos a proteção da pele normal que rodeia a verruga com vaselina líquida ou pastosa e, após a curetagem do centro da lesão, aplicamos pequenas quantidades de ácidos de concentrações variadas com o auxílio de bolinhas de algodão. Depois de 3 a 4 minutos, o local é lavado com soro fisiológico e um curativo simples é aplicado sobre a lesão.
Esta operação é repetida uma ou duas vezes por semana e nos intervalos o paciente faz a aplicação domiciliar de soluções coloidais de salicilatos. De maneira geral, em três meses, a maioria dos pacientes (70%) já não paresenta infeção local. O critério utilizado para a alta é o aparecimento de textura normal da pele e a redução da hiperqueratose circundante da lesão, ao exame com lupa.
Durante todo o tratamento, sugere-se o uso de roupas de banho, meias e calçados exclusivos. Afastamos o paciente de suas atividades em locais que favoreçam a inoculação viral de outras pessoas tais como piscinas, clubes, banheiros públicos, etc... Por poder estar contaminado com partículas virais infectantes, tanto os calçados como as palmilhas utilizados durante o tratamento deve ser desprezados ou, no mínimo, imersos em solução de formol a 0,4% por 72 horas consecutivas.
Finalmente, contraindicamos formalmente as modalidades de tratamento que produzam grande dor, escaras, cirurgia, fulguração ou irradiação das lesões pois o risco e as complicações que trazem para o doente são maiores do que os observados na evolução natural da própria doença.
unhas encravadas
Caio Nery
Oscar Guerra
Generalidades
Há um grupo de alterações das unhas, principalmente do grande artelho (hálux), que são indevidamente agrupadas e diagnosticadas como "unhas encravadas", "unhas encarnadas" ou "onychocryptosis".O desconhecimento das várias patologias das unhas e estruturas anexas perpetuam as dificuldades diagnósticas e terapêuticas que caracterizam estes "pequenos" problemas dos pés.
Procuraremos nos concentrar sobre o tema de "unhas encravadas" por ser a alteração mais freqüente e passível de tratamento ambulatorial em pequenas clínicas e consultórios.
Os problemas ungueais são achados bastante comuns e incapacitantes e podem ser divididos segundo FROST (1950), conforme o defeito básico, em:
1. Placa ungueal normal com formação de uma espícula no sulco ungueal resultante do corte incorreto da borda ungueal.
2. Encurvamento da placa ungueal resultando em bordas invertidas - "unha encurvada" ou "unha em telha colonial".
3. Placa ungueal normal com hipertrofia da prega ungueal.
Etiologia
Dentre os fatores etiológicos principais, destacam-se as alterações do congênitas da unha e das estruturas para-ungueais (formato arqueado primitivo, malformações das falanges, hipertrofia congênita da prega ungueal), a ação mecânica dos calçados e dos traumas sobre os bordos ungueais, a forma incorreta de corte das unhas (arredondado) e as causas infecciosas (onicomicoses).
Clínica
Fase Aguda: Dor intensa à deambulação e à palpação do bordo ungueal que se mostra inchado e avermelhado. Em pouco tempo instala-se processo infeccioso que agrava a sintomatologia além da presença de secreção purulenta que se exterioriza através do sulco ungueal. A atividade esportiva é a primeira a ser comprometida; segue-se incômodo progressivo para a marcha e finalmente andar calçado se torna absolutamente impossível.
Fase Crônica: Ocorre hipertrofia do tecido de granulação na região afetada e surge uma massa tensa, avermelhada e extremamente dolorosa que recobre o sulco ungueal projetando-se sobre a placa ungueal. Essa massa friável rompe-se facilmente dando lugar à saída de sangue e secreção purulenta. A desidratação da secreção depositada volta a ocluir o sulco ungueal dificultando a drenagem adequada do pús que se armazena nesta região.
Tratamento
1.PROFILÁTICO - Consiste num conjunto de medidas que visam, em pacientes predispostos, evitar o aparecimento dos quadros dolorosos e infecciosos:
a. Uso de calçados com câmaras anteriores amplas e que não exerçam pressão sobre as bordas ungueais.
b. Higiene dos pés com soluções antissépticas e corte adequado das unhas de forma a manter sempre exteriorizados os ângulos ou "cantos" (unhas quadradas).
2.CONSERVADOR - São medidas que devem sempre preceder a indicação de tratamento cirúrgico pois, independentemente da fase em que se encontre o paciente, sempre resulta em benefícios enquanto restringe ou reduz o processo inflamatório local:
a. Elevação da borda ungueal com uma pequena espátula e, após a saída da secreção purulenta, colocação de uma pequena massa de algodão de forma a manter suspensa e livre da pele o ângulo ungueal.
b. Quando há grande hipertrofia do tecido de granulação no sulco ungueal, pode-se proceder à sua retirada com cureta, bisturí ou com a aplicação de bastão de nitrato de prata (sempre após bloqueio anestésico local).
c. Se houver processo infeccioso exuberante, além dos banhos com soluções de Permanganato de Potássio (1:40.000), indica-se antibióticoterapia sistêmica e curativos seriados que visem a drenagem sistemática da secreção colecionada.
d. Uma vez controlado o processo, iniciamos o tratamento preconizado no ítem anterior que se refera à profilaxia.
e. Nos casos de unhas congenitamente encurvadas ou em "telha colonial" realizamos medidas que visem a ortomorfia ungueal, isto é, a mudança ou correção da morfologia da unha. O mais simples e mais prático método de que dispomos é o que produz uma "afilamento" da porção central da placa ungueal. Isto pode ser obtido com o uso de lixas de unha ou lâmina de bisturi que são friccionados no maior eixo da unha no sentido de obter-se o pretendido afilamento da porção média e mais arqueada da unha de forma que ela se "desenrrole" sobre este eixo. Mais modernamente, estão sendo usadas técnicas que, à semelhança do trabalho realizado pelos ortodontistas, servem-se de pequenas peças metálicas ou plásticas coladas à superfície externa da unha às quais são acopladas arames de aço de tal forma a exercer forças de "desdobramento" das bordas ungueais.
3.CIRÚRGICO - O grande número de técnicas existentes para a abordagem destas afecções, espelha a insatisfação e as dificuldades que podem ser esperadas por quem se aventure em seu tratamento. De maneira geral, podem ser enquadrados em dois grandes grupos:
a. Técnicas baseadas na redução da prega ungueal hipertrofiada (Ney, 1923; Bartlett, 1937 e Du Vries, 1944).
b. Técnicas que se servem da extirpação da borda, da matriz e do sulco ungueal (Graham, 1929; Winograd, 1929 e Jansey, 1955).
No Setor de Medicina e Cirurgia do Pé da UNIFESP - Escola Paulista de Medicina, utilizamos as técnicas de Du Vries, nos casos com hipertrofia moderada da prega ungueal, e de Winograd nos casos mais graves com grande hipertrofia da prega ungueal, tecidos friáveis e infecção. Com o conjunto de medidas delineadas acima, temos obtido elevada taxa de cura (92%) com pequena taxa de complicações e recidivas (8%).
A extirpação da unha se restringe aos quadros gravíssimos e recorrentes lembrando que a retirada global da unha pode produzir uma deformidade incapacitante e dolorosa denominada "unha enclausurada" pela elevação do labio ungueal ou dar origem aos "onicomas" que são ilhas ungueais que surgem a partir de restos de tecido com capacidade onicogênica deixados inadvertidamente durante a ressecção da unha.
Os seus pés.
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Laser na podologia
o amor , ah o amor...
Marcha e Postura
Introdução à análise computadorizada da Marcha Autor: Chris Kirtley, Ph.D Resumo: Tipos de sistemas de medição. Interpretação de 5 anormalidades comuns.
Animações da Marcha Humana Autor: Christopher Vaughan, Cape Town (Gait CD) Resumo: Animações a serem executadas com o quicktime ou outro programa de vídeo.
Ação muscular durante a marcha |
Força reação do solo durante a marcha e deslocamentos articulares |
Animações da locomoção humana Autor: Charl Lucassen, Holanda Resumo: Animações de homens e animais se locomovendo feitas através das cronofotografias feitas por Muybridge. Pode-se navegar por outras páginas relacionadas ao mesmo site e encontrar informações preciosas também sobre outra personalidade importante na história da Biomecânica: Etienne-Jules Marey.
Análise da Biomecânica Clínica da Marcha Autores: Dr. Chris Kirtley Resumo: Site contém casos clínicos relacionados a marcha, apresenta tópicos de auxílio ao ensino, tópico explicativos sobre Análise Clínica da Marcha, histórico sobre o estudo da locomoção e links.
Distúrbios da Marcha Autores: Molson Medical Informatic Projects - McGill University Resumo: Site contém conceitos sobre marcha e algumas patologias que se apresenta alterada como Hemiplegia, Parkinson. Possui vídeos e questionários, fornecendo assim ferramentas para promover o aprendizado em transtornos da marcha.
Animações da marcha e corrida em uma marionete cujos parâmetros o aluno pode manipular Autor: Vector Lounge - Singapura Resumo: Animação em Flash sobre Cinemática Inversa e Direta. O usuário manipula os movimentos de um esqueleto humano (como uma marionete), movimentando seus pontos articulares. As limitações determinadas pela hierarquização e linkagem da cinemática inversa e direta buscam representar estes movimentos como ocorrem no mundo físico, simulando eventos como limitações das articulações, inércia e gravidade.
Vetor Força reação do solo e centro de massa Autor: Clinical Gait Analysis Group Resumo: O grupo de análise clínica da marcha discute o sobre o COP durante a postura estática e sobre o controle da postura.
Biomecânica da Marcha Autor: Dr. Stephen M. Pribut, DPM - Especializado em Medicina Esportiva Podiátrica, Biomecânica e cirurgia do pé. Washington, EUA. Resumo: Descreve a anatomia do pé, as fases da marcha e sua biomecânica.
Fases da Marcha Força de reação do solo sobre o pé
Métodos de Avaliação Funcional
Avaliação da Postura Autor: Profa. Dra. Sílvia Maria Amado João. Resumo: Versão PDF do material didático utilizado pelos alunos do curso de Fisioterapia da Universidade de São Paulo.
DESVIOS POSTURAIS
Segundo estudo, gargalhar é poderoso analgésico e alivia a dor em até 10%
Para alcançar os sonhos, é preciso vontade. Se comprometa com seu objetivo
Para alcançar os sonhos, é preciso vontade. Se comprometa com seu objetivo
Você já quis muito alguma coisa, mas desistiu porque não tinha dinheiro suficiente? Para atingir um sonho é preciso vontade, mas nem sempre o caminho é fácil para alcançá-lo. Portanto, se você realmente desejar aquilo, se comprometa a conseguir. E lembre-se que são as metas que fazem você se motivar e se concentrar nas tarefas para que seus objetivos sejam alcançados. Pessoal, social, profissional ou financeira... É fundamental sonhar, não importa de qual aspecto da sua vida é sua meta. É isso que faz com que você vá para frente e viva realmente. Fazer uma viagem, comprar uma casa ou um carro, montar o seu negócio, fazer um curso no exterior, organizar uma grande festa podem custar caro, mas com planejamento todo sonho pode tornar-se realidade. Para isso, comece sempre detalhando o que você quer e quanto custa. Assim, você consegue saber onde pode cortar despesas e quanto tempo vai demorar. Pequenos gastos também são responsáveis por impedir a concretização dos seus objetivos. Um dinheirinho aqui, outro ali. Isso pode atrapalhar muito o seu controle. Econômica desde menina A administradora Maria Lucia Lacerda, de São Paulo, conta que sempre economizou para conseguir tudo, desde criança. "A minha primeira grande conquista foi um 'mega' rádio. Eu devia ter uns 12 anos. Fiz uma pesquisa de preço nas lojas dos modelos mais interessantes. Encontrei um tocador de CD, que tinha uma disqueteira para sete discos, controle remoto e despertador. Um verdadeiro sonho de consumo." Depois de meses economizando, conseguiu comprar o aparelho. "Juntei o dinheiro do lanche, do sorvete e dos presentes de aniversário dos meus avós. Na época, também tinha uma 'fábrica' de bloquinhos de papel com uma amiga, que também era uma fonte de renda." Com 24 anos, Maria Lucia resolveu fazer um intercâmbio para Paris. Na época, trabalhava na sua faculdade há mais de três anos. "Fui fazendo uma provisão mensal, guardei meu 13º e o que sobrava das férias, mas sem deixar de me divertir. Só evitava gastos 'bobos', como restaurantes e saídas muito caras." Além disso, conseguiu fazer um acordo com seu chefe para que ele a mandasse embora e, assim, recebesse o Fundo de Garantia. "Com esse dinheiro, mais o trabalho que eu consegui lá, paguei a viagem e os custos mensais, como aluguel, alimentação e passeios, sem precisar de ajuda." Maria Lucia afirma que sempre dá para encontrar uma alternativa para controlar os gastos. "Em vez de sair, convido meus amigos para jantar em casa. Isso ainda faz com que eu arrume tudo para recebê-los. Cozinhamos juntos e cada um faz uma especialidade. É muito gostoso." Segundo ela, para alcançar os sonhos, todas as economias são importantes. "Por exemplo, quando eu gosto de alguma coisa, sempre olho e penso muito bem. Se o item não me sai da cabeça, eu compro. Mas, na maioria das vezes, eu logo esqueço." Além disso, é fundamental analisar as contas de vez em quando. "Faço uma planilha com tudo que entra e o que sai para nunca ficar no negativo e ver onde é possível economizar mais um pouco. Por exemplo, eu e meu marido passamos nosso celular de pós-pago para pré-pago. Deu uma economia de quase R$ 300 por mês, o que por ano são R$ 3.600." Fazer compras de supermercado uma vez por mês em um lugar mais barato também ajuda, afirma Malu. "O planejamento é tudo. E vale muito a pena, sempre." Montar seu próprio negócio A diretora de uma escola de educação internacional Lara Crivelaro, de Campinas (SP), sempre quis ser dona do seu próprio negócio, mas a vida a levou para o lado acadêmico. "Fiz sociologia, mestrado e doutorado. Virei professora universitária, coordenadora de graduação, diretora e até reitora de universidade. Sempre trabalhando para os outros. Me sentia como se estivesse 'colocando azeite na empada dos outros' e nunca imaginava que isso poderia mudar." Certa ocasião, por conta de inúmeros contatos acadêmicos internacionais que desenvolveu, Lara combinou com um amigo espanhol de levar alunos que cursavam MBA na universidade em que ela trabalhava para um seminário na Espanha. "Deu supercerto e, no ano seguinte, fiz a mesma coisa para um curso em Portugal. Percebi que poderia abrir meu próprio negócio." Com o dinheiro desses primeiros projetos, Lara conseguiu iniciar a empresa com uma sócia, que vive nos Estados Unidos. "Começamos operando em casa para poder investir aquele dinheiro em material de publicidade e outras coisas importantes." Como Lara estava sozinha aqui no Brasil, precisou fazer a venda, a divulgação, a promoção e o fechamento de contrato com as universidades brasileiras. "Exigia muito esforço e tempo. Por isso, acabei me demitindo, pois ficou impraticável manter os dois empregos." Com isso, Lara fez um rearranjo doméstico, deixou de viajar nas férias, ir a restaurantes e cinemas. Mas, segundo ela, tudo valeu a pena. "Contei com o apoio dos meus filhos e apertamos algumas despesas." Para ela, realizar um sonho é sempre um grande privilégio. "Me sinto completa e feliz." E você, tem algum sonho? Planeje seus objetivos e mãos à obra. Compartilhe suas descobertas com os amigos e incentive-os a fazer o mesmo. Sonhar junto faz com que o momento se torne ainda mais inesquecível. Que tal marcar um jantarzinho em casa em vez de ir a um restaurante? Além de mais barato, pode ser bem divertido. Acredite, com organização e disciplina é possível alcançar tudo o que vocês quiserem. O importante não é economizar muito, mas economizar sempre.
A HISTÓRIA DA PODOLOGIA
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Balneário Camboriú, 2007. Disponível em:
- Uma viagem do mundo das ler/dort | ||
Por Célia Wada e Osny Telles LER/DORT - A EPIDEMIA DA VIRADA DO SÉCULO
HISTÓRICO:
Trata-se de uma patologia que acomete as pessoas há muitos séculos.
Sinais de osteofitose marginal em ossos de punhos e joelhos foram
identificados em múmias de populações pré-hispânicas, que permaneciam de joelhos por tempo prolongado, executando movimentos de flexão e extensão dos membros superiores na atividade de moer grãos.
Em 1700, Bernardo Ramazzini, médico, hoje considerado o PAI da Medicina Ocupacional descreveu afecções músculo-esqueléticas entre os notários, escribas e secretários de príncipes, acreditava ele, ser pelo uso excessivo das mãos no trabalho de escrever e relacionou, ainda, a vida sedentária, movimento contínuo e repetitivo das mãos e atenção mental para não manchar os livros .
Essa patologia que mais tarde foi chamada de “câimbra do escrivão” ou “paralisia do escrivão”, segundo Ramazzini, era secundária a três fatores básicos que, em seu conjunto, influenciavam de maneira determinante o seu aparecimento. Eram eles: (da mesma forma que são hoje)
Sedentarismo;
Uso contínuo e repetitivo da mão em um mesmo movimento;
Grande atenção mental para não borrar a escrita.
Essa doença se caracterizava por uma sensação de parestesia dos membros superiores acompanhada por sensação de peso e fadiga nos braços, podendo, ainda, estar associada a dores cervicais e/ou lombares.
A partir deste instante, estava descrita uma nova doença, que mais tarde, por possuir sintomas comuns, foi também descrita em inúmeras outras atividades.
No ano de 1833 uma descrição de grande número de casos de trabalhadores acometidos por sintomas semelhantes aos já descritos por Ramazzini ocorreu na Inglaterra, nos anotadores do serviço britânico, sendo tal fato atribuído ao uso de uma pena de aço mais pesada.
O primeiro evento de que se tem notícia de uma atividade ser considerada como causadora de uma doença profissional devido a movimentos rápidos e repetitivos data de 1908 quando, na Inglaterra, o serviço de saúde Britânico atribuiu aos telegrafistas uma nova doença denominada de “câimbra do telegrafista”, que tinha como sintoma principal a fraqueza muscular.
Surgia, a partir deste momento, uma relação entre doença – lesão – incapacidade, sendo esta considerada pela Corte Britânica como passível de indenização.
A criação e reconhecimento do conceito de doença indenizável em meados dos anos 70/80, fez com que verdadeiras epidemias destas doenças começassem a ser descritas em todo o mundo, estando as mesmas, sempre associadas a distúrbios emocionais e insatisfação pessoal ao trabalho ou no trabalho.
Problemas de ordem emocional, associados a esta nova doença epidêmica e indenizável foram analisados pelo neurologista inglês William Gowers, que considerou estas manifestações clinicas não simplesmente como um problema ligado ao tipo de trabalho, mas sim, uma verdadeira neurose ocupacional.
Em sua análise, William Gowers descreveu que, mais do que uma simples doença, apresentavam, seus pacientes, insatisfação com o trabalho, ansiedade, problemas familiares, instabilidade emocional, revolta e dificuldade de diferenciar o que verdadeiramente sentiam, daquilo que era irreal.
Até os dias de hoje, inúmeras alterações ósteo-músculo-tendíneas são descritas como doenças secundárias a Lesões por Esforços Repetitivos (LER), sendo do conhecimento de todos, o grande número de casos de: Tendinites, Tenossinovites, Peritendinites, Capsulites, Bursites entre outros, diagnosticados como de ordem profissional. Os quadros compressivos de grupos musculares só foram enquadrados no rol das doenças descritas como LER, anos mais tarde.
Verdadeiras epidemias de doenças diagnosticadas como LER ocorreram no Japão (anos 60 a 80) e na Austrália (anos 80) onde, segundo artigo publicado no – J. Rheumatology 16 (suppl. 19): 169-174:1989 com o título Medicolegal Aspects of Fibrositis Syndrome, Littlejohn, GO, analisa os fatores determinantes no aparecimento deste grande número de casos.
Atribui ele que o grande aumento no diagnóstico desta doença ocorreu pela influência dos sindicatos, publicidade, facilidade na simulação dos sintomas e o oportunismo, associado ainda à deficiência e desconhecimento na abordagem diagnóstica da doença, e a possibilidade de um sistema de compensação financeira permissivo.
No Brasil, a partir da metade dos anos 80, os números de casos de LER têm crescido de maneira assustadora, de tal forma que o INSS em sua publicação – Doenças Relacionadas ao Trabalho – Manual de Procedimento para os Serviços de Saúde, em seu capítulo 18 página 426, descreve:
“No Brasil, o aumento da incidência de LER/DORT pode ser observado nas estatísticas do INSS de concessão de benefícios por doenças profissionais. Segundo os dados disponíveis, estes benefícios respondem por 80% dos diagnósticos que resultaram em concessão de auxílio-acidente e aposentadoria por invalidez pela previdência social em 1998. O mesmo fenômeno pode ser observado na casuística atendida nos CEREST (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), na rede pública de serviços de Saúde (Núcleo de Referência em Doenças Ocupacionais da Previdência Social- Nusat, 1998)”.
Abordar casos de LER, hoje internacionalmente e em todas as línguas mais conhecidas de DORT, Doenças Osteomusculares Relacionadas ao Trabalho, ainda é um problema de saúde de difícil solução. O número insuficiente de médicos e equipes multidisciplinares bem preparados e com formação holística (Medicina do Trabalho + Doenças Músculo Esqueléticas + Psicofisiologia, etc) faz com que diagnósticos sejam formulados erradamente, propiciando que trabalhadores afastados por doença não profissional ou mesmo indivíduos simuladores, passem a gozar de privilégios frente a trabalhadores honestos e normais, causando uma desmotivação ao trabalho e estímulo a novos afastamentos.
SINTOMAS:
Fadiga muscular: sensação de peso e cansaço no membro afetado;
Alodínea (dor como resposta a estímulos não nocivos, que em princípio não deveriam gerar nenhum incômodo) de qualquer grupamento muscular;
Dores, formigamentos, fisgadas;
Câimbras; choques;
Inchaço;
Falta de firmeza nas mãos;
Avermelhamento da pele, Calor localizado;
Repitações (rangidos);
Dormência;
Perda de força muscular e dos reflexos;
Cisto;
Dificuldade para dormir;
Tendinite e tenossinovite dos músculos do antebraço;
Miosite/Fasciíte dos músculos lumbricais;
Tendinite do músculo bíceps;
Tendinite do supra-espinhoso;
Inflamação do pronador redondo;
Cisto gangliônico no punho;
Estresse.
Obs.: O estresse é um mecanismo normal do organismo que culmina com a secreção aumentada de alguns hormônios das glândulas supra-renais.
Este mecanismo, necessário e benéfico para o organismo, faz com que o ser humano fique mais atento e sensível diante de situações de perigo ou produtoras de tensão, colocando-o em prontidão de defesa maior para se proteger.
O estresse se torna prejudicial quando se transforma em um processo crônico, por tempo longo e sempre se repetindo. É aquele indivíduo que passa por diversas situações estressoras, freqüentemente no dia-a-dia, no trânsito, nas ruas, na profissão e em outras situações, conduzindo a manifestações doentias.
Essas manifestações se exteriorizam através de alterações orgânicas e nas perturbações psicossomáticas.
No ambiente de trabalho, algumas condições podem representar
sobrecargas causadoras do estresse: as exigências e a vigilância no trabalho, a responsabilidade sobre os outros, o ambiente físico, a segurança do emprego, entre outros.
DIAGNÓSTICO:
O diagnóstico deve ser físico e, fundamentalmente emocional com análise de base, ou seja, análise do Laudo Ambiental (qualquer que seja o ambiente a ser estudado).
Por meio de exame clínico há uma anamnese bastante direcionada.
Os exames complementares normalmente não auxiliam de forma significativa o diagnóstico.
A própria Norma Técnica do INSS a respeito das LER/DORT alerta para a ineficácia desses exames.
A ultrassonografia, quando realizada em equipamentos acima de 10 Megahertz, tem auxiliado no diagnóstico de alguns casos.
Outros aparelhos podem auxiliar o trabalho do médico, como a radiografia, a ressonância magnética, a cintilografia óssea, a tomografia computadorizada e a eletroneuromiografia.
Hoje, a psicofisiologia também auxilia na análise e reabilitação de processos iniciais de LER / DORT
A psicofisiologia estuda a base fisiológica das funções motoras especialmente no que se refere aos reflexos, à postura, ao equilíbrio, à coordenação motora e ao mecanismo de execução dos movimentos
A ciência, e particularmente a Ciência Cognitiva, reconhece que o cérebro e todas as suas estruturas são a base de todo processamento de sensações, cognições, sentimentos e movimentos.
Os mecanismos são intrinsecamente ligados e, apenas a análise multidisciplinar completa pode realmente detectar e auxiliar em determinados casos. Análises ligadas ao estudo do stress (físico, emocional).
A publicação de Rapports du Physique et du Moral de l´Homme (1796 - 1802; Relações entre o físico e a moral do homem), obra de Georges Cabanis, precursor da psicofisiologia que viveu na segunda metade do século XVIII, preconiza o marco inicial da psicofisiologia. Essa disciplina progrediu lentamente até que, em 1929, o cientista alemão Hans Berger inventou a eletroencefalografia, técnica que permite registrar e interpretar as variações elétricas com sede no cérebro, cujos resultados são de utilidade para a medicina e para a cirurgia.
A análise de um Laudo Ambiental elaborado de forma correta por uma equipe multidisciplinar e que utilize também de estudos psicofisiológicos pode, de forma surpreendente, detectar “RISCOS” jamais imagináveis em uma análise cartesiana pessoal.
COMO SE ADQUIRE A LER (ou DORT):
Como a própria designação já diz, as Lesões são causadas pela prática de Esforços Repetitivos, porém, não apenas a repetição dos esforços físicos, mas, principalmente a repetição, tipo e intensidade do estímulo que a vir a provocar uma LER, sem contar a associação psicofisiológica.
-Trabalhos ou funções que exijam movimentos repetitivos.
-Falta de período de descanso durante a jornada de trabalho.
-Mobiliário e equipamento inadequado.
-Repetitividade, excesso de movimentos, falta de flexibilidade de tempo e ritmo,
-Exigência de produtividade,
-ffalta de canais de diálogo entre trabalhadores e empresa,
-Pressão das chefias para manter a produtividade,
-Ambiente inadequado,
-e mais uma série de fatores que devem ser analisados de forma holística pontual.
Hoje se sabe que a má postura, seja na posição sentada ou de pé, principalmente sem descansos programados, pode ser considerada como o fator principal que pode vir a deslanchar uma LER.
CARACTERÍSTICAS DAS LER/DORT:
Nem toda dor corresponde à lesão.
Sua fisiopatologia é relativamente bem conhecida e bem demonstrada.
Ocasiona dor muito forte e costumam vir associadas, uni ou bilaterais.
Inexistência de doença subjacente.
Tratamento geralmente eficaz principalmente nas fases iniciais.
Caráter cumulativo.
Tendência ao agravamento com as recidivas e, muitas vezes. Irreversíveis.
COMO SE PREVENIR OU EVITAR A LER/DORT:
EM PRIMEIRO LUGAR – A CONSCIENTIZAÇÃO
Sim!
Para se evitar a LER/DORT o primeiro passo é a conscientização.
Em qualquer lugar onde estiver é preciso lembrar: minha postura é minha “estrutura”.
Nas pequenas ações, as grandes reações. Nos pequenos descuidos, os grandes prejuízos e com a coluna ou com nossos músculos e esqueleto, pode ser um prejuízo quase que irrecuperável.
Estas doenças são previsíveis e como são consideradas uma doença do trabalho, uma lesão ocupacional, a maior parte da prevenção é feita apenas no local do trabalho esquecendo-se que é FORA do trabalho, principalmente quem mora longe e toma muitas conduções, trabalha ou estuda FORA do trabalho, pode adquirir grandes riscos às LER. Assim a prevenção deve ser para todas as atividades, inclusive de lazer.
No trabalho
A adequação ao posto de trabalho é fundamental adaptando o posto às características biológicas, psicológicas e físicas dos trabalhadores.
A análise ergonômica do seu posto de trabalho é o determinante básico do seu desempenho, sua produtividade, sua saúde, sua qualidade de vida e a qualidade de vida da sua velhice. Isso é muito importante lembrar.
-As pausas são importantes no trabalho, conforme prevê a NR-17, dentro e FORA do trabalho.
-Desenvolver o PCMSO - Programa de Controle Médico e Saúde
Ocupacional previsto pela Norma Regulamentadora número 07 do Ministério do Trabalho.
-Alertar os trabalhadores quanto aos sintomas, incentivando-os a prestar atenção em suas limitações, orientando-os a buscar auxílio médico imediato.
-Propiciar aos médicos que atendem aos trabalhadores um diálogo com a empresa, com o intuito de sugerir mudanças nas características do posto de trabalho, conforme determinam as Normas Técnicas do Ministério do Trabalho.
-Ter atitude de amparo ao trabalhador com LER/DORT, tanto em relação ao tratamento como à reabilitação.
-Ter uma política de prevenção, para que se evite o adoecimento de mais trabalhadores, conforme a NR-07.
-Suprimir as horas extraordinárias.
-Dar todo o suporte para o trabalho das CIPAs, inclusive em sua tarefa legal de analisar as causas de acidente do trabalho.
-Fazer uma análise multidisciplinar do laudo ambeintal
-"ENXERGAR" O PROFISSIONAL
É necessário intervir desde os primeiros estágios de desenvolvimento do quadro clínico, não esperar a instalação e o desenvolvimento de incapacidades permanentes.
Um dos indicadores da existência de problemas em postos de trabalho são as queixas de dor e formigamento, adormecimento, sentidas pelos trabalhadores.
Toda empresa deveria incluir no serviço de saúde e segurança um programa de vigilância de LER/DORT.
Nas pequenas ou médias empresas - como na maioria de nossas categorias - em que não se dispõe de pessoal especializado, podem-se formar pequenos grupos de pessoas interessadas no assunto, contratando-se depois assessores.
Esses grupos seriam formados por profissionais ligados à saúde, segurança, relações humanas e os trabalhadores envolvidos no sistema.
Aprenderiam a detectar os fatores de risco e realizar projetos de melhoria dos postos de trabalho.
A prevenção de LER/DORT deve pressupor mudanças que atingem o modo de se trabalhar, as relações entre colegas, as relações com a chefia, a organização do trabalho.
Assim, prevenção de LER/DORT não é sinônimo de mera troca de mobiliário.
Em casa, no lazer, na escola e em qualquer lugar:
Evitar esfregar roupas repetidamente;
Evitar torcer roupas pelo método comum utilize as palmas das mãos ou o cano da torneira, rodando as pontas das roupas;
Evitar segurar as panelas pelo cabo dê preferência às panelas de alça dupla e segure-as com a ajuda da outra mão;
Procurar não lavar vasilhas e esfregar o chão;
Evitar lustrar móveis, portas;
Utilizar uma escada segura para limpar locais mais altos, evitando forçar os braços;
Colocar os vasilhames em locais de fácil acesso; próximo ao corpo, evitar os locais muito baixo, abaixo de 60 cm do chão e acima dos ombros.
Usar sempre uma escada ao retirar ou colocar um objeto que sem ela, estaria acima dos seus ombros;
Procurar manter o seu corpo na vertical quando estiver lavando vasilhas ou roupas para não prejudicar sua coluna;
Evitar agachar-se muitas vezes ao dia;
Ao limpar o chão, dê preferência a espanador ou vassoura de cabos mais longos, se possível, usar os MOPs;
Evitar carregar peso como bolsas muito pesadas ou sacolas de compras, utilizar, para isso um carinho;
Evitar segurar na alça superior dos ônibus;
Evitar fazer tricô, crochê e bordados.
MANIFESTAÇÃO CLÍNICA:
ESTÁGIO I: Sensação de peso ou desconforto nos membros, dor localizada que piora com o movimento.
ESTÁGIO II: Dor tolerável, formigamento, piora com a jornada de trabalho, diminuição da produtividade, prognóstico favorável
ESTAGIO III: Dor persistente, formigamento, diminuição de força muscular, perda do controle dos movimentos, queda acentuada da produtividade, prognóstico reservado.
ESTÁGIO IV: Dor forte contínua irradiada para o membro afetado, diminuição de força, diminuição de sensibilidade, incapacidade para executar tarefas no trabalho ou doméstico, deformidades, atrofias, prognóstico sombrio
ESTÁGIO V: Aumento da dor, perda de movimentos, perda total de força, atrofia irreversível, estágio incapacitante.
FINALIZANDO
Os números não são precisos na maioria dos países, mas a prevalência de casos é cada vez maior, contrariando uma expectativa da década de 80, quando se pensou que o trabalho repetitivo e suas repercussões na saúde diminuiriam com o avanço da tecnologia.
Muitos países viveram situações semelhantes a esta vivida pelo Brasil nestes últimos anos, como por exemplo, o Japão na década de 70, países escandinavos e Austrália, na década de 80.
Nos Estados Unidos, por exemplo, há um aumento extremamente
significativo das LER/DORT. Nos EUA, em 1981, foram constatadas 22.600 freqüências da LER, que significava, na época, 18% entre as doenças ocupacionais. Em 1994 foram registradas 332.000 freqüências, o equivalente a 65% das doenças ocupacionais.
No Brasil, é a segunda causa de afastamento do trabalho.
Somente nos últimos cinco anos foram abertas 532.434 CATs (Comunicação de Acidente de Trabalho) geradas pelas LER/DORT sem contar os trabalhadores que pleiteiam na Justiça o reconhecimento do nexo causal, em milhares de ações movidas em todo o País.
A cada 100 trabalhadores na região Sudeste, por exemplo, um é portador de Lesões por Esforços Repetitivos.
As LER/DORT atingem o trabalhador no auge de sua produtividade e experiência profissional. Existe maior incidência na faixa etária de 30 a 40 anos, e, as mulheres são as mais atingidas.
De acordo com o exame periódico realizado em 1998 pela Cassi (Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil), 26,2% dos funcionários do Banco do Brasil apresentavam algum sintoma de DORT.
As categorias profissionais que encabeçam as estatísticas são bancários, digitadores, operadores de linha de montagem, operadores de telemarketing, secretárias, jornalistas, entre outros.
Somente no primeiro ano de afastamento do funcionário, as empresas gastam cerca de R$ 89.000,00 (oitenta e nove mil reais), por caso.
A jornalista Maria José O´Neill, que contraiu e estudou a doença, se tornou
uma especialista no assunto afirma: “Não existe um melhor método para se
tratar a LER. É o conjunto de tratamentos - RPG, fisioterapia, acupuntura,
hidroterapia - que faz o quadro clínico da LER regredir. Dentro da ortopedia a
metodologia mais indicada seria a fisioterapia, mesoterapia - técnica de injetar
nos tecidos subcutâneos antiinflamatórios, relaxantes musculares, misturados
com algum analgésico. E a RPG - Reeducação da Postura Global: fisioterapia
baseada em exercícios de alongamento.”
Nossas categorias são formadas por 60% de mulheres.
Maria José O´Neill fala da feminilização do risco da LER/DORT:
“As mulheres têm dupla jornada de trabalho, são perfeccionistas. Por exemplo, um caixa de banco e uma bancária com o mesmo posto de trabalho, se derem diferença no caixa, o homem manda descontar do seu salário e a mulher prefere ficar até encontrar o erro.”
Em virtude de todas essas abordagens problemáticas e que trazem um grande ônus a toda população mundial, desde 2000, o último dia do mês de fevereiro, é considerado Dia Internacional das Lesões por Esforços Repetitivos (LER), ou Distúrbios Ósteo Musculares Relacionados ao Trabalho (DORT) como são conhecidos, agora, no Brasil. Trata-se de um marco de extrema relevância. É a primeira vez na estória que uma doença profissional (LER) passou a ser considerada como questão de saúde pública mundial.
Uma coisa é certa: a única saída para a chamada epidemia da virada do século está na prevenção, pois sua cura, tratamento e reabilitação são muito demorados, custosos e, quase sempre irreversíveis.
Felizmente, um programa adequado de prevenção com base na Ergonomia de conscientização simples, sem muitos devaneios e muitas elucubrações, pode prevenir de forma significativa todos os problemas.
Célia Wada
Osny Telles Orselli |
A ginastica do gato.
Doenças das mãos e pés
- Gota
- Reumatismo de gota É uma alteração hormonal devido ao descontrole do metabolismo das purinas, que são componentes da proteína. Ocorre no fígado e leva a um aumento de ácido úrico no sangue. É uma patologia decorrente de problemas no metabolismo do fígado. São depositados pequenos cristais de urato nos tecidos. Quando os cristais aumentam começa a saturar, empedrar e esse acúmulo se depositam nas cartilagens e sob a pele (tofos- fig.1), de consistência pastosa, destrói o osso, pois é um ácido. O reumatismo de gota é chamado também de artrite aguda, ela pode ser primária ou secundária, se for primária é de origem hereditária se for secundária é resultado de insuficiência renal, causando infecção ou ação medicamentosa, pois, aumenta o metabolismo no sangue. Podemos dizer que o ácido úrico está em nível elevado quando está maior que 7,0 mg/dl para os homens e 6,0 mg/dl para as mulheres. É mais comum em homens adultos, apenas 5 % são mulheres. A artrite gotosa aguda é a 1ª manifestação da doença. As articulações dos pés (fig.2) são as mais atingidas por não terem proteção. Os principais sintomas são dores nas articulações, principalmente, na 1ª articulação metatarsofalangiana, nos tornozelos e no calcanhar. Os primeiros sintomas duram de 3 a 4 dias e se não for feito um tratamentos desde as primeiras manifestações, as crise iram se repetir e poderão chegar às articulações dos joelhos, punhos e dedos das mãos (fig.3). A gota tofácea crônica se manifesta em pacientes não tratados, os depósitos de urato aparecem em: cartilagens, tendões e bolsas (fig.4). Os tofos que aparecem sob a pele são: indolores , limitam os movimentos e podem romper a pele formando úlceras. A nefrolitíase é a formação de cálculos de urato e ácido úrico nas vias urinárias. Como opções de tratamentos nas crises são usados antiinflamatórios e controle constante do ácido úrico no sangue. Existem alguns fatores que podem desencadear uma crise de gota. São eles: ingestão de bebida alcoólica, alimentos que aumentam o ácido úrico (espinafre, tomate), algum trauma e diuréticos. Uma dieta balanceada, sem calorias, gorduras, álcool e frutos do mar, ingerir bastante água e tratar de doenças como a hipertensão arterial e o diabetes ajuda muito o paciente portador dessa patologia. O Reumatologista é o profissional indicado para acompanhar esse paciente. Fonte de pesquisa e fotos: Internet